Da Redação, com informações do g1 e Imazon
O primeiro mês de 2024 terminou com uma queda expressiva no desmatamento da floresta amazônica: 60% a menos que em janeiro de 2023. A afirmação é do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) que, em divulgação feita nesta quarta-feira, 21, ressaltou que janeiro foi também o décimo mês consecutivo de redução no desmatamento.
Segundo as imagens de satélite monitoradas pelo Imazon, a área devastada em janeiro de 2024 foi de 79 km². No mesmo período do ano anterior esse número foi de 198 km².
O número de janeiro também ficou bem abaixo do registrado em dezembro passado, quando a destruição na floresta amazônica foi de 108 km². Ainda assim, o Imazon explica que, para termos de comparação, o desmatamento observado em janeiro deste ano equivale à perda de floresta diária equivalente a mais de 250 campos de futebol.
“Para reduzir ainda mais a derrubada e chegarmos à meta de desmatamento zero em 2030, que é prioritária para o Brasil reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, é essencial continuar investindo em fiscalização e fortalecimento dos órgãos ambientais e fazer a destinação de florestas públicas para criação de novas áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação”, afirma a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim,.
Estados – Segundo o Imazon, em janeiro deste ano, Roraima foi o estado com maior devastação, representando 40% da área derrubada em toda Amazônia Legal. Em seguida, a parecem Mato Grosso (24%) e Pará (18%), respectivamente.
Segundo Larissa Amorim, a liderança de Roraima no ranking de janeiro provavelmente ocorreu pelo fato do regime de chuvas no estado funcionar de forma “inversa” aos outros oito que compõem a Amazônia Legal. “Enquanto os outros passam por um período de chuvas, Roraima está com o clima mais seco, o que facilita a prática do desmatamento, assim como a detecção da destruição pelos satélites”, a pesquisadora.
TIs – O levantamento do Imazon também mostra que Roraima concentra mais da metade das terras indígenas mais desmatadas na Amazônia em janeiro. Dos dez territórios indígenas com maior área devastada, seis ficam no estado, sendo cinco com territórios exclusivamente no estado e uma com parte da área no Amazonas.
“É preciso aumentar urgentemente as garantias de proteção desses territórios, principalmente os que já vêm recorrentemente aparecendo nos nossos alertas de desmatamento. Esse é o caso da terra Yanomami, que apareceu entre os dez territórios indígenas mais desmatados em 2023 e, em janeiro deste ano, ficou em segundo lugar”, alerta Larissa.
Unidades de Conservação – Em relação às unidades de conservação (UCS), Pará e Amazonas contabilizam a maior parte dos territórios entre aqueles com mais floresta derrubada. São três UCs no Pará, incluindo a líder do ranking APA Triunfo do Xingu, e três no Amazonas.
Sobre o sistema de monitoramento – O sistema do Imazon detecta áreas desmatadas em imagens de satélites de toda a Amazônia Legal.
Chamado de SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), o programa foi desenvolvido pelo Imazon em 2008, para reportar mensalmente o ritmo da degradação florestal e do desmatamento na região.
O sistema utiliza atualmente os satélites Landsat 7 e 8, da NASA, e Sentinel 1A, 1B, 2A e 2B, da Agência Espacial Européia (ESA). Ambos são de domínio público. Combinando esses satélites, o sistema é capaz de enxergar a mesma área a cada cinco a oito dias. Por isso, o sistema prioriza a análise de imagens adquiridas na última semana de cada mês. Desse modo, caso uma área tenha sido degradada no início do mês e, depois, desmatada no final do mês, ela pode ser identificada como desmatamento no dado final.