Dólar recua e Ibovespa opera em queda com rombo de R$ 20 bi na Americanas

Investidores aguardam anúncio de medidas econômicas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os dados de inflação dos Estados Unidos

Ibovespa tinha queda nos primeiros negócios desta quinta-feira (12), com a Americanas em foco após a companhia anunciar no dia anterior um rombo de R$ 20 bilhões. O principal índice de valores caía 1,01% às 10h30, aos 111.375 pontos.

A ação da varejista entrou em período de leilão antes de começar o pregão, com baixa de 75%, sendo negociada a R$ 3 até às 12h.

Já o dólar caía ligeiramente frente ao real no mesmo horário, com investidores trabalhando em modo de espera antes do anúncio de medidas econômicas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e de dados de inflação dos Estados Unidos. A moeda americana recuava 0,23%, a R$ 5,169 na venda.

Na B3, às 9h15 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,10%, a R$ 5,185.

Na véspera, o dólar negociado no mercado interbancário caiu 0,40%, a R$ 5,181 na venda, renovando mínima para encerramento desde 23 de dezembro (R$ 5,165).

O Banco Central fará neste pregão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de fevereiro de 2023.

Americanas no radar

Os investidores também estão de olho na Americanas neste pregão. Isso porque a varejista divulgou um rombo de R$ 20 bilhões no balanço da companhia, o que fez com que o presidente renunciasse após a descoberta, depois de dez dias no cargo.

De acordo com relatório do Bradesco BBI que foi divulgado nesta manhã, a regularização dessas “inconsistências” contábeis pode afetar os bancos credores da empresa.

Essas operações de não inserir no balanço as operações com fornecedores são conhecidas no mercado como “risco sacado” ou “fotfait”. Segundo o BBI, são operações que usam recebíveis de clientes para alavancar a companhia com financiamento nos bancos com a garantia da empresa. E essas operações não constam no balanço.

Um ofício de janeiro do ano passado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já alertava para essa prática, dizendo às consultorias que alertassem as empresas que auditam sobre os riscos dessa operação.

Para os analistas da Guide Investimentos, a Americanas já enfrentava problemas com resultados fracos e erros no mix de produtos. E agora aparece essa inconsistência contábil com montante gritante.

Outros analistas alertam para o risco sistêmico que o problema da Americanas pode desencadear – não só bancos, mas com empresas de consultoria e auditoria e outras varejistas, colocando sob suspeita a transparência na gestão contábil das empresas.

Este ano, as ações da Americanas acumulavam alta de mais de 23%, depois de terem perdido quase 70% no ano passado por causa da elevação de juros.

XP, Itaú, Morgan Stanley e Bradesco estão entre as casas que já colocaram a recomendação da ação sob revisão, à espera de maior visibilidade do caso.

Fonte : CNN Business, com informações de Thaís Herédia e da Reuters

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