Emprego no setor industrial do Amazonas volta a crescer em 2020

No entanto, perde cerca de 33 mil postos de trabalho, em dez anos, diz IBGE

A Pesquisa Industrial Anual (PIA) – Empresa, divulgada nesta quinta-feira (21), pelo IBGE, mostra que, em 2020, o Estado voltou a ganhar postos na indústria, após quedas nos anos de 2018 e 2019. Em 2020, o Estado registrou 2.581 pessoas ocupadas a mais, totalizando 97.366 ocupações no setor, variação de 2,7%. Contudo, observando a evolução da indústria amazonense dos últimos 10 anos, houve perda de 33.035 postos de trabalho, redução de 25,3%. O ano em que a indústria do Amazonas apresentou maior número de ocupados no setor foi 2013 (139.027).

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Entre os Estados da Região Norte, o Amazonas ocupa a 2ª posição do ranking, em número de pessoas ocupadas no setor (97.366). Em 1º lugar, está o Pará, que ultrapassou o Amazonas, de 2019 para 2020, totalizando 100.308 pessoas ocupadas na indústria.

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A Pesquisa Industrial Anual – (Empresa e Produto) constitui a mais completa fonte de informações estatísticas sobre o segmento empresarial industrial no Brasil e subsidia o planejamento e decisões de órgãos governamentais e privados. A Pesquisa se reveste ainda de potencial elevado para estudos setoriais mais aprofundados visando a compreensão de fenômenos estruturais importantes.

Unidades locais

O número de unidades locais com cinco ou mais pessoas ocupadas, da indústria do Amazonas, voltou a crescer entre 2019 e 2020 (variação de 1,6%, totalizando 1.023 unidades), após quedas sofridas desde 2014. No entanto, na análise dos últimos 10 anos, a indústria do Estado perdeu 158 unidades locais; queda de 13,4%. O ano em que o Amazonas apresentou o maior número de unidades locais foi 2013 (1.269).

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Numa comparação com as demais unidades da federação, o Amazonas, com 1.023 unidades locais industriais, aparece na 21ª posição do ranking. Na Região Norte, o Estado fica atrás somente do Pará, que registrou 1.536 unidades, em 2020.

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A atividade industrial do Amazonas gerou cerca de R$ 43,2 bilhões em valor de transformação industrial, montante este decorrente do valor bruto da produção industrial (R$ 109,09 bilhões) e dos custos das operações industriais (R$ 65,8 bilhões), em 2020.

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Análise da Estrutura do Setor Industrial do Amazonas

Em 2020, das 1.023 unidades locais de empresas industriais, 98,6% (1.009 unidades locais) eram indústrias de transformação, enquanto 1,4% eram indústrias extrativas (14 unidades locais). Da mesma forma, a indústria de transformação ocupava a maior parte das pessoas; 98,4% do total de 97.366 pessoas ocupadas, enquanto a indústria extrativa ocupava 1.583 pessoas (1,6%).

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Na receita líquida de vendas, a indústria de transformação participou com 98,05%; enquanto a extrativa teve 1,95%. Já a proporção dos custos e despesas aumenta para a indústria extrativa, e alcança 5,83%, contra 96,17% da indústria de transformação.

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O modelo industrial amazonense se caracteriza por poucas unidades industriais. Por isso, em 2020, assim como no ano anterior, ocupou a 21ª posição do país. Já em relação ao número de pessoas ocupadas, sua posição foi a 14ª entre todas a Unidades da Federação, tendo sido ultrapassado pelo Pará, em relação ao ano anterior. São Paulo lidera as duas comparações. Na região Norte, o Amazonas é superado apenas pelo Pará no número de Unidade Locais e em pessoal ocupado.

Ranking de unidades locais por atividade industrial

No Amazonas, as cinco atividades industriais do Amazonas com maior número de unidades locais foram a Fabricação de produtos alimentícios (169 unidades locais, 16,52%); Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (92 unidades locais, 8,99%); Fabricação de produtos de borracha e de material plástico (86 unidades locais, 8,4%); Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (80 unidades locais, 7,82%); e Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (75 unidades locais, 7,33%).

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Postos de trabalho por atividade industrial

O ranking das atividades industriais com maior número de pessoas ocupadas no Amazonas também é liderado por atividades da indústria de transformação (98,37%), enquanto a indústria extrativa ocupa 1,63%. As cinco atividades com maior número pessoas ocupadas nas unidades locais foram a Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (25.454 pessoas ocupadas, 26,1%); Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (14.621 pessoas ocupadas, 15,2%); Fabricação de produtos de borracha e de material plástico (9.602 pessoas ocupadas, 9,86%); Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (7.161 pessoas ocupadas, 7,35%), e Fabricação de máquinas e equipamentos (5.650 pessoas ocupadas, 5,80%).

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Total de receitas líquidas por atividade industrial

No ranking das atividades com o maior total de receitas líquidas, as primeiras posições foram a Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (R$ 47,1 bilhões, 39,16%); Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (R$ 13,9 bilhões, 11,5%); Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (R$ 11,0 bilhões, 9,19%); Fabricação de bebidas (R$ 7,4 bilhões, 7,9%) e a Fabricação de máquinas e equipamentos (R$ 7,11 bilhões, 5,91%).

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Essa elevada concentração do Pará deriva de sua vocação produtiva na atividade de Extração de minerais metálicos, responsável por 84,3% do valor gerado em transformação industrial no Estado, enquanto o Amazonas se beneficia das estratégias de desenvolvimento que estabeleceram a Zona Franca de Manaus, com forte predominância da indústria de eletrônicos, bebidas e refino de petróleo. Somados, os demais Estados da Região totalizaram 5,0% da produção da Região Norte, com destaque para a forte concentração na indústria alimentícia, que equivale a parcela significativa do valor de transformação industrial estadual em Rondônia (68,2%), Acre (66,0%), Tocantins (50,0%) e Roraima (48,2%).

Composição regional do valor da transformação industrial

Sob a ótica regional, a PIA-Empresa é capaz de fornecer resultados para as unidades locais de empresas com 5 ou mais pessoas ocupadas, com desagregação setorial para todas as 27 Unidades da Federação. Embora não tenha havido mudança no ranking regional, a Região Sudeste perdeu 4,6 p.p. de participação e alcançou 56,3% do VTI da indústria. Essa redução da concentração ocorreu em benefício das Regiões Norte (2,5 p.p.), Centro-Oeste (1,7 p.p.), Nordeste (0,3 p.p.) e Sul (0,2 p.p). Seguindo a liderança da Região Sudeste, o ranking de VTI prosseguiu com a Região Sul (18,7%), Nordeste (9,5%), Norte (9,3%) e Centro-Oeste (6,3%). Portanto, juntas, as Regiões Sudeste e Sul foram responsáveis por ¾ do VTI da indústria brasileira. Na comparação com 2019, destaca-se o aumento de participação sobretudo da Região Norte (1,8 p.p.) e Centro-Oeste (0,7 p.p.), em contrapartida à perda de participação das Regiões Sudeste (1,6 p.p.), Nordeste (0,4 p.p.) e Sul (0,4 p.p.).

Na Região Norte, por sua vez, a produção estava concentrada em dois Estados: Pará (64,6%) e Amazonas (30,6%). Em 10 anos, a principal mudança estrutural foi o aumento da participação do Pará, que, em 2011, ocupava a segunda posição no ranking, com 46,7% do VTI da Região Norte, e ultrapassou o Amazonas em 2020, conquistando a liderança do ranking regional. Entre 2011 e 2020, o Amazonas perdeu 16,4 p.p. de participação na Região Norte, saindo da 1ª para a 2ª posição. Os demais Estados, somados, representaram 4,8% do VTI da Região Norte, com ênfase para Rondônia (2,4%), que representou metade desse montante. No ranking, o quarto lugar foi ocupado por Tocantins (1,4%), seguido do Amapá (0,7%), Acre (0,2%) e Roraima (0,1%).

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As atividades mais importantes da Região Norte guardam estreita relação com a vocação mineradora da Região e com os incentivos fiscais estabelecidos para a Zona Franca de Manaus. A Extração de minerais metálicos (55,9%), a Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (8,8%) e a Fabricação de produtos alimentícios (5,3%) perfizeram 70,0% do VTI da Região Norte em 2020. Algumas indústrias merecem destaque, como a de bebidas – notadamente no Amazonas (13,7%) e Roraima (10,1%); a indústria madeireira, com ênfase no Amapá (22,5%) e Acre (13,4%); a extração de minérios do Pará (86,2%); além da indústria de minerais não metálicos, com forte atuação em mais da metade dos Estados – Roraima (9,4%), Acre (8,7%), Tocantins (8,6%) e Rondônia (5,4%).

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Pesquisa Industrial Anual – Produto

Televisores, telefones celulares e motocicletas são os produtos com maiores valores de produção no AM

No Amazonas, em 2020, o valor de produção de televisores (receptores de televisão), inclusive “Smart TVs” alcançou R$ 12.869.888, 77,1% do valor total produzido deste produto no país (R$ 16.696.686), em 2020. O produto é o primeiro do ranking do Amazonas, por valor de produção.

Em segundo lugar no ranking do Amazonas, em 2020, está o valor de produção de telefones celulares, inclusive “smartphones” (R$ 11.990.694). O valor representa 47,9% do total (R$ 25.012.962) produzido de aparelhos celulares no país. E em terceiro lugar, está o valor produzido de motocicletas (inclusive os motociclos) com motor de pistão alternativo de cilindrada superior a 50 cm³ e menor ou igual a 250 cm³ (R$ 7.381.868), 99,99% do valor total produzido no país em 2020 (R$ 7.382.053). Os dados são da Pesquisa Industrial Anual (PIA) 2020 – Produto, divulgada hoje (21), pelo IBGE.

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A Pesquisa Industrial Anual – Produto é a principal fonte de informações sobre a produção e a venda de produtos e serviços industriais fabricados pela indústria brasileira. Esta pesquisa permite uma análise da composição e evolução da produção industrial brasileira. Em 2020 foram pesquisados cerca de 3.400 produtos e serviços industriais nas 31,7 mil empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas e suas 38,1 mil unidades locais industriais.

Produção e principais produtos e/ou serviços industriais no Brasil e Grandes Regiões

O valor total de produção foi de R$ 3,6 trilhões, em 2020, no Brasil. O valor apurado em receita líquida de vendas nas unidades locais industriais foi de R$ 3,1 trilhões, no respectivo ano. Os 10 principais produtos e/ou serviços industriais foram responsáveis por 20,9% das vendas na indústria, participação inferior à de 2019 (21,6%).

Em termos regionais, a Região Sudeste concentrou 53,3% da receita líquida de vendas em 2020. Em seguida, neste ranking, estão as Regiões Sul 20,8%, Nordeste 10, 1%, Norte 8,4% e Centro-Oeste 7,3%. Numa análise da evolução da participação da indústria no país, entre 2011 e 2020, quatro regiões aumentaram sua representatividade quanto à receita de vendas; apenas a Região Sudeste teve perda, passando de 60,1% para 53,3%. A Região Norte partiu de 6,5% de participação, em 2011, para 8,4% de participação em 2020; 1,9 p.p. de variação positiva, em 10 anos.

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Observa-se nas Regiões Norte e Centro-Oeste, e em menor medida nas demais regiões, uma concentração nos principais produtos industriais. Na Região Norte, que responde por 8,4% da receita líquida de vendas do país, onde historicamente predomina a extração de minerais metálicos em Carajás no Pará e a fabricação de produtos eletroeletrônicos na Zona Franca de Manaus, nos últimos anos vem crescendo a produção de carne, os três produtos com maior participação no valor das vendas foram minérios de ferro (28,9%), carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (5,0%) e televisores (4,8%), que totalizaram 38,6% do total de vendas da região.

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Dos três principais produtos industriais da região Norte, o Amazonas apresenta um, a produção de televisores (1º), entre os seus 10 principais produtos/serviços. O Pará, por sua vez, possui os minérios de ferro (1º) e a produção de carnes de bovinos (4º), entre seus principais produtos. Esses três produtos representam 38,7% de toda produção industrial da região. Ranking das grandes regiões, em 2020: Região Norte (38,6%) Centro-Oeste (28,6%), Sudeste (12,2%), Nordeste (10,8%) e Sul (8,2%).

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Em 10 anos, o minério de ferro (28,9%) se manteve estável no ranking dos principais produtos da Região Norte; as carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (5,0%) entrou no ranking, neste período; e os televisores (4,8%) perderam participação.

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Fonte: IBGE – Unidade Amazonas

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