Expectativas do Setor Produtivo: eleições à vista

Pontualmente, este espaço vai coletar expectativas dos Associados, Parceiros ou pessoas/instituições com quem interagimos, para destacar o mosaico de propostas, demandas e necessidades dos eleitores em relação a seus representantes. Trata-se de um acompanhamento/debate sobre as implicações cívicas das eleições. Pontuar direitos e deveres, expectativas e sugestões será uma das ações e decisões de influenciar decisivamente na vida política do Brasil, ora vivendo, com certeza, uma era de profundas insatisfações e questionamentos de todo tecido social. Na edição de hoje, voltamos a questão dos buracos, essa mazela da gestão pública inaceitável. Bater nesta tecla pode ser enfadonho, porém, deixar de fazê-lo significa correr o risco de banalizar a imoralidade deste descaso. Esse risco já ocorre com a violência, tratada com naturalidade pelos veículos de comunicação. Naturalizar a insensatez das crateras do Polo Industrial de Manaus significa tratar com descaso a base econômica responsável por mais de 80% do giro na roda da economia do Amazonas.

 

Buracos do Polo Industrial: conversa vai, conversa vem…

 

No saber popular, o texto assim se completa: “…mas era só conversa, hein!”. Os latinos chamam de chiachere, pronuncia-se quiáquere, para descrever um movimento em que todo mundo fala o que lhe vem na telha, mas não transforma em atitudes os termos da falação. Este é o status das promessas e compromissos da Revitalização das Vias do Polo Industrial de Manaus, no início do penúltimo mês do 1º semestre de 2018, quando já estariam iniciadas as tais obras do badalado projeto. Badalo, a rigor, é o motor da conversa que vai e que vem. Muita badalação e nada de obras. Pelo andar da carruagem burocrática e das restrições da temporada eleitoral, podemos computar a expectativa para depois do próximo Carnaval. Tem sido assim, o jogo das cadeiras esburacadas que tratam as questões amazônicas e os interesses de nossa gente como brincadeira de mau gosto.

 

Soníferos bovinos

 

“Com a primeira fase das obras aprovadas e faltando apenas alguns ajustes técnicos para liberação do edital de licitação, em breve, o Distrito Industrial começará a recuperar sua característica de cartão-postal.” Este foi o último anúncio oficial proferido pela autoridade municipal, a quem cabe transformar a conversa em obras. Em março último, um grupo de trabalho foi criado pela Prefeitura de Manaus e pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) para acelerar os trâmites finais da revitalização do Distrito. Até ali, foram computados cinco meses de imbróglio jurídico, todos “superados”, para permitir a divisão das obras em três lotes, para “possibilitar um melhor gerenciamento e mais celeridade nos serviços”. A rigor, isso não aconteceu. Os imbróglios voltaram em função do TCU, CGU e AGU darem parecer contrário. Entrou em campo, pois, toda a gama de atores da União Federal, que se caracteriza pela desunião permanente e inconsequente na descrição da presença federal no Amazonas.

 

População revoltada

 

Nesta quarta-feira, na retomada da rotina diária da cidade, o noticiário da TV Amazonas voltou a tematizar a questão dos buracos no Polo Industrial de Manaus. Com imagens chocantes, de veículos que emprestavam a buraqueira para todo lado, a reportagem lamentou a decadência do cartão postal da Indústria da floresta. Buracos que desestimulam novos investimentos e penalizam aqueles aqui instalamos com uma folha de serviços relevantemente dignos a todo o tecido social. Nossa galinha dos ovos de ouro tratada com desdém e deboche. Dizia a repórter dos prejuízos das 200 mil pessoas que acessam aquelas vias diariamente, sujeitas a todo tipo de risco e tendo que pagar a conta de prejuízos. Motoristas indignados, registros das mortes ocorridas, dos acidentes que ninguém cobre. A autoridade municipal não foi encontrada por este Follow-Up para explicar qual é a nova desculpa das demoras eternas. E os buracos, sob risco de integrar a paisagem como dano natural, parecem zombar das promessas, indispostos a engolir a hipocrisia das promessas de solução. Voltaremos…

 

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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected]

 

 

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