Pesquisadores, empresários, forças armadas e demais membros da sociedade civil reuniram-se na Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), para discutir o entrave em torno da liberação da exploração de petróleo na costa norte do Brasil, que beneficiaria o Estado do Pará. Os blocos de exploração foram adquiridos por meio de leilão, em 2013, por empresas estrangeiras, que aguardam licença do Ibama para iniciar os processos.
Contrária a exploração na região, a organização não-governamental Greenpeace lidera um grupo de ativistas que afirma que a operação pode causar impactos reais aos Corais da Amazônia, que a ONG diz existir. A reunião da FIEPA, porém, teve como objetivo comprovar a falsidade do estudo defendido pela Greenpeace e que a exploração do petróleo é viável e fundamental para o desenvolvimento econômico da Amazônia. O encontro foi promovido pelo Centro das Indústrias do Pará (CIP), Associação Comercial do Pará (ACP) e Sistema FIEPA.
O doutor em Geologia Marinha e professor da UFPA, Maamar El-Robrini, apresentou um estudo aprofundado de nossa plataforma marinha e defendeu que os trabalhos de campo feitos por instituições e profissionais, registrados em instituições oficiais, devem ser levados em consideração. Para ele, não existe comprovação científica no trabalho defendido pela Greenpeace. “O estudo apresentado por estes pesquisadores não é conclusivo, é muito frágil, superficial. É preciso entender o meio oceânico como um todo, e muitas variáveis não foram consideradas. Para a tomada de decisões é preciso verificar os estudos oficiais, que é sólido e aprovado por profissionais sérios. O que a Greenpeace apresenta não pode ser considerada uma situação fechada”, diz Maamar.
O também pesquisador, Luis Ercílio, foi enfático ao afirmar que “o estudo apresentado pela Greenpeace é um amontoado de ideias e de trabalhos sem comprovação científica” e que “nossos órgãos de controle e nossa justiça não podem levar em conta pesquisas não oficiais”.
Segundo o presidente da Associação Comercial do Pará, Clóvis Carneiro, a pesquisa defendida pela Greenpeace é falsa e interfere no desenvolvimento da Amazônia. “A exploração do petróleo geraria algo em torno de R$ 200 milhões por ano para os municípios de Chaves, Soure e Afuá, que é um dos mais miseráveis do mundo. Com este recurso, teria a possibilidade de financiar o seu desenvolvimento. Então, toda a cidadania fica prejudicada por causa desta intervenção política baseada num fato científico mentiroso”, diz o presidente.
Os blocos para exploração do petróleo foram adquiridos por uma empresa estrangeira em 2013, num leilão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Estima-se que a região da Bacia da Foz do Amazonas armazene até 14 bilhões de barris de petróleo.
O Almirante da Marinha do Brasil, Edervaldo Teixeira de Abreu Filho, defende a exploração do petróleo e diz que a soberania do Brasil precisa ser respeitada. “A Marinha do Brasil, entre outros feitos, foi o primeiro país do mundo a apresentar o levantamento de toda a plataforma continental na ONU. Isso mostra que temos expertise e estamos dizendo que não há problema em explorar petróleo nesta região costeira. O que estão fazendo com o Pará e com o Amapá é um absurdo. Quem é Greenpeace diante da soberania do Brasil? Bateram uma foto lá não sei de onde e pararam tudo. Não podemos deixar de desenvolver nosso país com ações deste tipo”, enfatiza o Almirante.
Já para o presidente do Centro das Indústrias do Pará (CIP), José Maria Mendonça, o país perde credibilidade quando aprova e, depois, desaprova a atuação de investidores, o que afeta profundamente o Pará. “Nesta reunião ficou provado que o que a Greenpeace está fazendo é um fake científico, é por uma motivação ideológica. O CIP estuda uma ação civil pública contra as entidades que vem na Amazônia espalhando mentiras, cujo único objetivo é travar nosso desenvolvimento, esquecendo que o maior inimigo do meio ambiente é a miséria”, finaliza Mendonça.
Com informações da Assessoria de Comunicação da Fieapa