Por Isadora Duarte / Estadão Conteúdo
As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 8.,8 bilhões no primeiro semestre deste ano, crescimento de 4,5% em comparação com os primeiros seis meses do ano passado, quando as exportações geraram US$ 79.2 bilhões, informou o Ministério da Agricultura.
A receita gerada no período é recorde, segundo a pasta. Em nota, o ministério atribui o crescimento sobretudo à alta de 8% em volume nas exportações, que compensou a queda de 3,2% do índice de preços no primeiro semestre deste ano.
Na avaliação dos analistas da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério, o aumento de 9,4% em valor nas exportações da soja em grão foi o principal responsável pela expansão dos embarques do setor entre janeiro e junho deste ano, com incremento de US$ 2.8 bilhões ante igual período do ano anterior, gerando o total de US$ 33.3 bilhões.
O faturamento obtido com as exportações de milho e açúcar também registraram alta na comparação anual do primeiro semestre, de US$ 1.5 bilhão, ou 89,2%, (total de US$ 3.3 bilhões) e de US$ 1,2 bilhão, ou 39,4%, (total de US$ 5.2 bilhões).
Em contrapartida, os embarques de carne bovina in natura e de café verde recuaram US$ 1.2 bilhão (-21,4%) e US$ 1 bilhão (-24,2%), respectivamente, para US$ 4.8 bilhões e US$ 3.2 bilhões.
“Apesar de a China ter se mantido como principal destino da carne bovina in natura (59,8% de participação em valor), a queda expressiva ainda reflete a suspensão ocorrida no início de 2023, além da queda nos preços médios de vendas (-25,3%). Já o volume menor embarcado de café está relacionado à baixa disponibilidade interna, em virtude da colheita ainda se encontrar em fase inicial”, explicou o ministério na nota.
Em junho, as exportações do agronegócio alcançaram US$ 15.5 bilhões, recuo de 0,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando os embarques geraram US$ 15.6 bilhões.
“Apesar de diversos recordes observados em soja em grãos (valor e quantidade), açúcar de cana em bruto (valor), carnes bovina e de frango in natura (recordes em quantidade) e celulose (recorde em quantidade), este cenário é explicado pela forte queda do índice de preços das nossas exportações no mês (-12,9%), que reduziu levemente o valor mensal relativo a junho de 2022, mesmo com alta expressiva do índice de volume (+14,2%)”, explicaram os analistas da secretaria na nota.
Em junho, o agronegócio respondeu por quase 52% da balança comercial do país, em virtude da queda de 15,7% das exportações de produtos de demais setores.