Da Redação, com informações do G1/TV Globo
Celeste Fishbein, de apenas 18 anos, está entre os milhares de civis mortos deste o início do conflito entre o grupo terrorista Hamas e Israel. O tio da jovem, Mario Fishbein, foi quem confirmou a informação à imprensa.
“(O exército israelense) avisou a gente que a (minha) sobrinha foi assassinada. Encontraram o corpo dela”, disse Mario Fishbein.
Celeste era filha e neta de brasileiros. Os familiares estavam à procura dela desde 7 de outubro, quando a jovem parou de dar notícias, após o atentado do grupo extremista Hamas ao território israelense.
Segundo Mario, representantes do exército israelense foram até a casa da família dar a notícia, mas não informaram outros detalhes, como quando e onde o corpo foi encontrado, nem as circunstâncias em que ela morreu — a família espera que o corpo de Celeste seja liberado nesta terça ou na quarta-feira, 18.
Inicialmente, o exército israelense havia informado à família que a jovem estava entre os reféns em Gaza.
Sequestro – Celeste foi mais uma vítima de rebeldes do grupo terrorista que invadiram várias casas e capturaram crianças, jovens, adultos e idosos, deixando também um rastro de mortos por onde passaram. As informações sobre o número de reféns mudam o tempo todo, oscilando entre 120 e quase 200 pessoas, mas o fato é que Celeste não conseguiu escapar do Hamas.
Os familiares da jovem tiveram mais sorte. Quando as sirenes soaram, eles, que estavam na casa da avó promovendo uma cerimônia religiosa, foram para um abrigo. E a partir desse momento trocaram mensagens com ela em um grupo da família. Do abrigo, conseguiram ver várias residências sendo invadidas e destruídas.
Inicialmente, Celeste, que estava em casa com o namorado, estava respondendo às mensagens do grupo. Ela chegou a dizer que estava bem – inclusive, foi quem deu o alerta de que alguns terroristas tentavam enganar as vítimas ao invadir as casas, se passando por soldados israelenses para que as pessoas aparecessem e fossem sequestradas ou mortas.
“Terroristas do Hamas disfarçados de soldados do exército de Israel estão batendo nas portas. Favor não abrir as portas. Protejam suas vidas. Compartilhem”, disse a mensagem.
A família Fishbein perdeu contato depois do início dos ataques terroristas, que obrigaram todos os moradores das comunidades rurais a se abrigar dentro de bunkers de proteção, uma espécie de abrigo antibombas.
“Celeste ficou com o namorado em Gaza. Eles deixaram de responder as mensagem de celular às 11 horas. E ninguém tem mais notícias”, contou o tio.
Kibutz – Celeste era de uma família de judeus brasileiros que vive em Israel. Ela era babá e trabalhava em um kibutz – pequena comunidade rural – perto da Faixa de Gaza.
A mãe e as avós da jovem, nascidas em Guaratinguetá, no interior de São Paulo, viviam em outro kibutz na região de Gaza, depois de terem saído do Bom Retiro, na capital paulista, rumo ao Estado de Israel.
Outro filho de brasileiro teve a morte confirmada
O israelense Gavriel Yishay Barel, de 22 anos, filho do brasileiro Jayro Varella Filho, teve a morte confirmada no domingo, 15, em função dos ataques do Hamas no sul de Israel. A informação foi confirmada pela embaixada brasileira em Israel para a colunista Andréia Sadi.
Gavriel estava na festa rave Universo Paralello – a mesma onde três brasileiros também foram mortos – durante o ataque do Hamas, no sábado, 7, quando desapareceu. Em entrevista ao G1, Jayro relatou que o filho foi assassinado dentro do carro que dirigia, ao tentar fugir dos ataques à festa.
“Foi brutalmente assassinado com rajadas de metralhadora pesada montada na traseira de uma caminhonete. Seu corpo foi totalmente dilacerado e queimado junto com seu melhor amigo, que estava a seu lado no carro. E o carro foi totalmente perfurado e destruído com balas de grosso calibre e carbonizado”.
A morte foi confirmada 8 dias depois, no último domingo, 15, após resultado de um exame de DNA que o identificou.
“Procuramos por uma semana por todos os hospitais, porque tinham muitos feridos graves sem identificação e desacordados. A situação estava caótica e o Gavriel só foi identificado uma semana depois. A identificação só foi possível com o exame de DNA feito a partir de material da arcada dentária porque meu filho foi brutalmente assassinado. O corpo ainda estava no carro, no volante. Por serem muitos corpos e pelo fato de a identificação ser difícil, demorou muito mais tempo”, contou o pai.
“Quem me falou sobre a descoberta de seu corpo foi a Embaixada Brasileira em Tel Aviv através de um diplomata muito educado e sensível à situação. Quero deixar meu agradecimento a ele. Na minha casa foi um grupo de pessoas, entre elas, oficiais do exército, da polícia, representantes da prefeitura e duas assistentes sociais, que vieram me dar a notícia oficial do falecimento trágico do Gavriel”, complementou Jayro.