A dificuldade de acesso a crédito é um dos maiores problemas enfrentados pelos donos de pequenos negócios no Brasil. Um levantamento recente mostrou que pelo menos 84% das MPE não são aprovadas nas linhas de financiamentos que, em sua maioria, privilegiam as grandes empresas. Pensando em oferecer uma alternativa de crédito acessível, Fábio Takada criou a Firgun, uma plataforma de investimento coletivo para empreendedores de baixa renda. Em 2017, a fintech de Takada ganhou o prêmio da Iniciativa Incluir, organizado pelo PNUD, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, e pelo Sebrae. O trabalho desenvolvido pela Firgun está alinhado com o 17º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e encerra uma série de matérias especiais publicadas pela Agência Sebrae de Notícias sobre o tema.
A ONU defende o fortalecimento dos meios necessários para a implementação do desenvolvimento sustentável. Isso inclui as áreas de finanças, tecnologia, capacitação, comércio, bem como questões sistêmicas e de cooperação em ciência, tecnologia e inovação. A Firgun funciona como um crowdfunding, com a diferença de que o investidor recebe de volta o que investiu. “Nós invertemos a lógica do mercado. Conosco, quem pode menos, paga menos. Afinal, quem pede empréstimo maior geralmente tem mais estrutura para pagar juros”, explica Fábio Takada. Por meio da fintech, qualquer pessoa pode se cadastrar, escolher um empreendimento no qual deseja investir e começar a emprestar a partir de R$ 25.
A Firgun trabalha em parceria com organizações não-governamentais (ONG) que atuam na periferia, como a Afrobusiness e a Barca, que atendeu Maria Pimentel, da Parça Progresso Confecções, do Jardim Ângela, zona sul de São Paulo. Maria tomou empréstimo para ampliar as instalações da empresa e iniciar a linha de bonés. “Foi tudo muito rápido, nada burocrático”, conta a empresária, “Foi um dinheiro que chegou num momento difícil, de crise no país, e de uma forma que a gente pode pagar. É incrível”, diz.
O apoio financeiro da Firgun também foi crucial na trajetória da empreendedora Débora Soares. O negócio de refeições de Débora ainda começava a ganhar força quando ela fechou contrato de fornecimento com a rede de hotéis Ibis. Era o passaporte para um futuro melhor, não fosse o fato de ela precisar comprar uma embaladora a vácuo de R$ 8 mil, para atender ao novo cliente. Foi então que conheceu a Firgun. “Resolveu a minha vida. Banco nenhum financia alguém como eu e, quando faz, cobra mais juros do que cobraria de outro tipo de pessoa”, conta Débora.
*Informações Agência Sebrae de Notícias