Estudo da Climate Analytics aponta 2035 como prazo para que o gás natural deixe de ser fonte de eletricidade em países ricos e 2040 no resto do mundo, para viabilizar a meta de limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C até o fim do século. No mundo todo, o prazo final é 2045.
Um desafio e tanto. O gás está nos planos de muitas economias como combustível de transição. E a crise energética causada pela invasão da Rússia à Ucrânia tem levado a atrasos no corte de combustíveis fósseis.
Até mesmo o carvão — fonte de energia mais poluente — está ganhando um prazo extra.
No final do mês passado, o grupo dos sete países industrializados ocidentais (G7) voltou atrás na meta de eliminar o carvão até 2030. Em comunicado conjunto, países disseram que “se comprometem com o objetivo de alcançar setores de eletricidade predominantemente descarbonizados até 2035”.
Onde entra o gás nessa história? O combustível é visto como um substituto com papel importante na confiabilidade do sistema elétrico, complementando a intermitência das fontes renováveis.
Um problema é que, embora menos poluente, o gás também é um combustível fóssil. Outro é que as soluções de baixo carbono necessárias para sua substituição ainda não estão totalmente disponíveis.
“Nossa análise mostra muito claramente que o gás fóssil não pode ser um combustível de transição”, diz a autora principal Claire Fyson, que lidera a análise de caminhos de mitigação na Climate Analytics.
“A eliminação progressiva em todas as regiões é no máximo 5-10 anos depois do carvão, muito curto para que os investimentos na expansão do gás sejam economicamente justificáveis e não fiquem encalhados”.
Fonte: Fonte EPBR
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