Eustáquio Libório
Há quem diga que vivemos, hoje, tempos perigosos e não somente pela violência que se espalha matando, ferindo e assaltando o cidadão pelo país afora. Os tempos perigosos têm sua ramificação mais contundente nas redes sociais onde, na ausência de argumentos para um debate saudável e democrático que consolide conhecimento e apresente soluções para os problemas do país, o que se vê por ali é puro ódio, ofensas às pessoas que, às vezes, nem se conhecem pessoalmente. O pior, no entanto, parece estar por vir.
Em ano eleitoral, esse comportamento contra o adversário, que por aqui virou o “inimigo” desde a propalada “ideologia” petista do “nós contra eles” deve se acirrar ainda mais. Não é por outro motivo que pessoas, cujo pensamento político diverge dessa esquerda que se apropriou do Estado brasileiro e quase o demoliu a pretexto de assistir aos mais necessitados, começam – nas redes sociais – a acirrar o próprio comportamento com frases que não deixam dúvidas sobre como será o clima de campanha e mesmo eleição, pregando dar o troco para guerrilha digital da esquerda nos mesmos moldes pelos quais ela – a esquerda – até agora foi protagonista nesse terreno.
No Brasil que já teve cinco presidentes – ou ex-presidentes – presos, o sexto, encarcerado no último dia 7 de abril, continua a despontar em pesquisas eleitorais como o favorito a ser eleito, novamente, presidente do Brasil nas eleições de 2018. O problema aí é saber se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai aceitar essa candidatura. Argumentos em contrário não faltam como o fato de o petista-mor ser ficha suja, além da condenação em duas instâncias, sem falar na outra meia dúzia de processos em andamento contra ele.
A boa notícia pode ser o fato detectado pela pesquisa do Datafolha e divulgada no último domingo, de que o candidato da extrema direita está marcando passo na pré-campanha que os pré-candidatos já empreendem por todo o país, sem nenhuma fiscalização ou limitação por parte das autoridades eleitorais, quer dizer, o calendário eleitoral parece ter virado letra morta neste ano.
Mesmo assim, não faltam surpresas, seja na pesquisa que trata das eleições presidenciais, seja na que se refere aos pré-candidatos pelo governo do Estado do Amazonas. No caso da eleição presidencial a surpresa pode ser a colocação alcançada pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que tem uma história de vida bem parecida com a do comandante petista, com uma grande diferença: enquanto aquele declarou ter chegado ao cargo de presidente da República sem ter estudado, Barbosa, filho de pedreiro com uma dona de casa, ajudou a criar os sete irmãos estudando e trabalhando e se tornou ministro da corte suprema depois de muito esforço.
Na pesquisa do Datafolha, está atrás de Lula (PT 31%), Bolsonaro (PSL 15%), Marina Silva (Rede 10%) e, em quarto lugar, Joaquim Barbosa (PSB) com 8%, bem melhor situado que algumas raposas da política, inclusive com cargos como Geraldo Alckmin (PSDB 6%), Ciro Gomes (PDT 5%) e Álvaro Dias (Podemos 3%).
No Amazonas a surpresa ficou por conta dos dados divulgados na segunda-feira, 16, pelo Instituto 365 onde quem puxa o favoritismo ao governo estadual nas eleições deste ano é o jornalista Wilson Lima que detém 19,4% da preferência do eleitorado a quatro meses e meio das eleições e à frente do Negão, atual governador do Amazonas, que tem a preferência de 17,8%. David Almeida, presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, tem 14,6%, empatando com Rebecca Garcia, a qual mesmo sem nenhum cargo político e pouca exposição na mídia pode ser considerada como outra surpresa neste momento com 14,3%, acima do senador Omar Aziz (9,7%) e de Francisco Praciano (4,3%).
Mas, como diz o ditado, nesses mais de quatro meses até as eleições ainda vai passar muita água sob a ponte e essa primeira pesquisa registrada é, digamos, um estudo preliminar do terreno eleitoral deste ano.