Haddad anuncia grupo de trabalho para discutir retomada de isenção a religiosos

Ministro da Fazenda reuniu-se nesta sexta-feira com parlamentares da bancada evangélica do Congresso

Da Redação, com informações da Agência Brasil

Após uma reunião realizada nesta sexta-feira, 19, com integrantes da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o governo criou um grupo de trabalho para discutir sobre uma possvível retomada da isenção tributária sobre os salários de líderes religiosos. A suspensão da medida havia sido anunciada pela Receita Federal na quarta-feira, 17, atendendo a uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).

Segundo Haddad, o grupo terá participantes da Receita Federal, do Tribunal de Contas da União (TCU), da Advocacia-Geral da União (AGU) e integrantes da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso. o ministro pontuou que a Receita Federal suspendeu a isenção para que o benefício seja rediscutido com segurança jurídica. “Não queremos prejudicar quem quer que seja. A Receita quer cumprir a lei, mas há dúvidas [sobre a legalidade da isenção]”, disse.

Haddad acrescentou que o ato declaratório editado em julho de 2022, apenas 15 dias antes do início da campanha para as eleições presidenciais, trazia insegurança jurídica e criava uma “margem para interpretação” de que a medida seria casuística. “Não foi uma revogação, nem uma convalidação, foi uma suspensão. Vamos entender o que a lei diz e vamos cumprir a lei”, comentou. O benefício gera perda de arrecadação de R$ 300 milhões por ano à União.

Frente parlamentar – Compareceram à reunião o coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), e o deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). Os parlamentares disseram que o grupo de trabalho pretende discutir não apenas o benefício tributário a pastores e líderes evangélicos, mas outras medidas de interesse do setor, como a Proposta de Emenda à Constituição 5/2023, de autoria de Crivella, que propõe a imunidade tributária de bens e de serviços concedidos a templos de organizações religiosas.

“A gente vai construir esse momento de forma que o ato seja restabelecido com os ajustes que tenham a clareza que a gente precisa e que respeite também os indicativos que o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público da União apontam”, disse Câmara. Para o deputado, a decisão do governo decorre de uma série de “desencontros e desinformações”, e ele disse esperar que o grupo de trabalho tenha desfecho positivo. “Vamos aguardar esse grupo de trabalho em que vamos debater todas as outras frentes. Tenho certeza que, com esse movimento de diálogo, vamos melhorar o relacionamento da secretaria de Receita Federal com o segmento religioso com o Brasil”, acrescentou.

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