Ibovespa opera em alta antes das eleições e dólar permanece em torno de R$ 5,40

Último pregão antes do primeiro turno das eleições presidenciais pode trazer cautela e volatilidade, perspectiva que era reforçada pela retomada de um rali da divisa norte-americana no exterior

Ibovespa opera em alta nesta sexta-feira (30), no último pregão antes do primeiro turno das eleições presidenciais. O principal índice da bolsa de valores chegou a cair no início do dia, mas reverteu as perdas e subia 1,89% às 12h45, cotado aos 109.755 pontos.

Investidores tiveram cautela ao longo desta semana à medida que as eleições de domingo (2) se aproximavam.

Já o dólar avançava modestamente frente ao real no mesmo horário desta sexta, com investidores ajustando posições depois que a moeda fechou a véspera num pico em dois meses. A moeda norte-americana tinha alta de 0,09%, a R$ 5,401.

Era esperado que a eleição poderia trazer cautela e volatilidade, perspectiva reforçada pela retomada de um rali da divisa norte-americana no exterior. A formação da Ptax – taxa de câmbio usada como referência para operações financeiras – de fim de mês e trimestre também deve colaborar para instabilidade ao longo das negociações, diziam especialistas.

Na B3, às 9:05 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,21%, a R$ 5,387.

Na véspera, a moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,83%, a R$ 5,393, maior valor desde 22 de julho (R$ 5,497).

O Banco Central ofertará nesta sessão até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de novembro de 2022.

Sentimento global

A aversão a risco fez os principais índices do mercado encerrarem as últimas semanas em queda. Ela é explicada pelo temor global de recessão, que apesar de ter tido uma arrefecida nesta quarta-feira, vem sendo alimentado após os sucessivos aumentos de juros pelos bancos centrais do mundo.

Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual na semana passada. Com isso, ela passa do intervalo de 2,25% a 2,5% ao ano para 3% a 3,25%.

É a quinta alta consecutiva implementada pela autarquia desde o início do ciclo, em março deste ano. Antes disso, os juros estavam no intervalo entre 0% e 0,25%. Os aumentos também são os primeiros desde 2018.

As taxas de juros também subiram na semana anterior no Reino Unido, Suécia, Suíça e Noruega, entre outros lugares.

O Brasil, por outro lado, teve sua taxa básica de juros inalterada pela primeira vez desde março de 2021, encerrando assim o ciclo de altas do maior aperto monetário da história, que teve início quando a Selic estava em sua mínima histórica, em 2% ao ano.

O aumento dos juros no mundo para tentar conter a inflação gera um processo de contração da economia, o que pode levar a uma recessão. O comunicado do Fed de continuar com sua política monetária mais “hawkish” serviu como alerta para os investidores globais, que passam a procurar ativos mais seguros.

Com os juros maiores nos Estados Unidos, mais investidores tendem a preferir a renda fixa do país vista como um “porto-seguro” dos investimentos. A alta dos juros também favorece o dólar, apesar de prejudicar os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

Fontes: CNN Brasil / Reuters

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