A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o governo federal, lançou na última quinta-feira (14), em Brasília, o Fórum de Produção e Consumo Sustentáveis. O objetivo é promover o diálogo para o avanço da agenda de produção e consumo sustentáveis. A diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg, destacou que a indústria é parte da solução para se avançar a agenda de sustentabilidade do Brasil. “Questões de sustentabilidade são cruciais e estratégicas e, para a viabilização de negócios nessa linha, são necessárias políticas públicas adequadas”, disse.
Entre as agendas prioritárias da indústria estão a promoção da economia circular e compras públicas sustentáveis. No evento, representantes do governo elogiaram a participação da indústria nos debates para construção de critérios de sustentabilidade para compras públicas. Para promover a inovação nos processos produtivos, a CNI apoia a adoção de critérios de sustentabilidade em compras públicas. “É preciso construir critérios e diretrizes que levem em consideração o porte das empresas e não criem um ambiente de competição entre os entes da federação”, defendeu o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.
Gustavo Fontenele, coordenador-geral da Secretaria de Desenvolvimento e Competitividade Industrial do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), afirmou que a indústria tem adotado práticas sustentáveis em seus processos, que podem ser valorizadas em compras públicas. “Fizemos esse processo com os produtos de maior valor de compra do Poder Executivo Federal, que são papéis, detergentes e divisórias de madeira”, contou.
De acordo com Rejane Pieratti, secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o setor industrial também contribui com o Plano de Ação Nacional em Produção e Consumo Sustentável, que está no segundo ciclo de implementação, que vai até 2020. Entre os projetos está a elaboração, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), de um portal para difundir iniciativas de sucesso.
ECONOMIA CIRCULAR – Conforme Wesley Lira, diretor do Departamento de Normas e Sistemas de Logística do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, o governo está buscando viabilizar a economia circular na administração pública ao criar uma plataforma que permitirá a doação de materiais e móveis de um órgão a outro e à sociedade: o reuse.gov. “Estamos passando de uma mentalidade linear, de cada um no seu quadrado, para a circular, de tudo integrado”, ressaltou.
O especialista da CNI Sérgio Monforte apresentou o estudo Economia Circular – Oportunidades e Desafios para a Indústria Brasileira. Segundo ele, esse modelo econômico responde à necessidade de uso mais inteligente dos recursos. “É importante criarmos um ambiente favorável não apenas à reciclagem, mas a outros processos como remanufatura, reúso e manutenção, além do desenvolvimento de novos modelos de negócios”, defendeu.