Por Alicia Wallace / CNN Brasil
Os preços ao consumidor dos Estados Unidos subiram 7,7% no ano encerrado em outubro, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (10).
O relatório foi melhor que o esperado e surpreendeu os investidores, com os mercados subindo com as notícias. Mas o Federal Reserve ainda tem muito a percorrer em sua batalha para domar a inflação.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que mede a variação dos preços de diversos bens de consumo e serviços, registrou alta de 8,2% em setembro.
Em relação ao mês de setembro, o CPI subiu 0,4%.
Ainda assim, parece haver alguns ganhos em uma medida observada ainda mais de perto pelo Banco Central dos EUA (FED), o núcleo da inflação, que exclui as categorias mais voláteis de alimentos e energia, foi de 6,3% no ano encerrado em outubro e abaixo do aumento de 6,6% de setembro.
Na comparação mensal, o núcleo aumentou 0,3%. Ele havia registrado aumentos mensais de 0,6% em agosto e setembro.
O diretor administrativo e co-diretor de mercados globais da Citizens, Eric Merlis, relata, “o relatório CPI de hoje mostra que a inflação está se movendo na direção certa. O relatório fornece munição para o Fed começar a precificar em apertos abaixo de 75 pontos-base. Este será um desenvolvimento bem-vindo para o Fed.”
Foi a primeira vez desde fevereiro que a leitura anual do índice de preços ao consumidor ficou abaixo de 8%.
A inflação anual atingiu um pico de 9,1% em junho, maior taxa desde novembro de 1981. A inflação acumulada em 12 meses está desacelerando à medida que os grandes aumentos do ano passado são excluídos do cálculo.
Na semana passada, o Fed promoveu um quarto aumento de juro seguido de 0,75 ponto percentual e disse que sua luta para reduzir a inflação para a meta de 2% exigiria que os custos dos empréstimos subissem ainda mais.
Embora os preços da gasolina tenham aumentado após três quedas mensais consecutivas, a inflação de bens está desacelerando à medida que a demanda se volta para serviços e as cadeias de suprimentos globais se recuperam. Os varejistas também estão acumulando excesso de mercadorias, o que os força a oferecer descontos para esvaziar as prateleiras.