Israel x Hamas: Papa diz que conflito já é terrorismo

Ao receber famílias de reféns do Hamas e de palestinos que vivem na Faixa de Gaza, pontífice elevou o tom: "Isto não é guerra, é terrorismo"
Papa-Francisco. Foto: Alessandra-Benedetti - Corbis - Getty-Images.

Da Redação, com informações do G1

“Ambos os lados estão sofrendo. É isto que as guerras fazem. Mas, neste caso, fomos além das guerras. Isto não é guerra. Isto é terrorismo”. A fala é uma das mais duras feitas pelo papa Francisco desde o início do conflito entre Israel e Hamas, no Oriente Médio.

Ela foi dita na audiência semanal, que ocorre na Praça São Pedro, no Vaticano, após o pontífice se reunir com parentes de reféns do Hamas e de vítimas de bombardeios de Israel em Gaza. Os encontros ocorreram separadamente, ambos na residência oficial de Francisco.

Papa conversou com parentes de palestinos que vivem na Faixa de Gaza. Foto: Vaticano/ AFP

Durante a audiência, ele pediu ainda para a ambos os lados para que “não sigam em frente com paixões que, no final, matam a todos”. Mais tarde, pelas redes sociais, o Papa pediu “mais diálogo e negociação” em vez de “uma montanha de mortos”.

“O povo palestino e o povo de Israel têm o direito de viver em paz: dois povos irmãos. Rezemos juntos pela paz na Terra Santa, para que as diferenças se resolvam com diálogo e negociação, e não com uma montanha de mortos de cada lado”, escreveu.

Em outro momento, foi a vez do Papa encontrar com parentes de pessoas que estão reféns em Gaza. Foto: Vaticano/ AFP

O embaixador de Israel no Vaticano, Raphael Schutz, reagiu ao discurso do papa. Segundo ele, “há uma diferença nos dois casos”. “Um lado está assassinando, estuprando e não se importa com aqueles que estão do seu lado. Outro lado está envolvido em uma guerra de autodefesa”.

Acordo – O grupo terrorista Hamas e Israel anunciaram trégua de 4 dias a partir desta quinta-feira, 23. Pelo acordo, o Hamas comprometeu-se a libertar pelo menos 50 reféns que se encontram em Gaza. Em troca, Israel vai libertar ao menos 150 palestinos da prisão, além de interromper os bombardeios no sul de Gaza durante quatro dias e de deixar entrar ajuda humanitária na região. Este é o primeiro acordo firmado desde o início do conflito, em 7 de outubro.

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