Japoneses na Amazônia: 90 anos de amizade e muitos frutos

A Celebração dos 90 anos da presença japonesa na Amazônia Ocidental é uma data excepcionalmente significativa para reforçar os laços que unem estas duas grandes nações, o Japão e o Brasil.

Trata-se de uma amizade sólida, plena de benefícios e de lições vitais que estão na base de construção das grandes civilizações.

Podemos dizer que esta amizade é um presente dos céus pois aproxima pessoas devotadas ao Bem-Comum.

Por isso, celebrar esta festa de 90 anos de amizade entre o Japão e a Amazônia, significa festejar a história de uma bela, fraterna e estimada parceria, o elo de dois grandes amigos e suas preciosas lições.

As fibras da pujança
Os japoneses chegaram aqui em 1929, encontrando uma estagnação dramática decorrente do esvaziamento do Ciclo da Borracha.

Deixáramos escapar um ciclo de prosperidade por não investir numa infraestrutura industrial capaz de produzir artefatos de borracha na região em lugar de exportar borracha in natura. E vimos os ingleses agregarem 60% de valor à própria economia fazendo essa transformação.

Nesse cenário, os japoneses foram decisivos para promover uma virada, pois trouxeram da Índia a cultura da juta, não sem antes adaptar, por técnicas milenares de melhoramento genético, as mudas mais ajustadas ao bioma amazônico.

Um novo ciclo de pujança se iniciou no Vale Amazônico, o ciclo das fibras, que a II Guerra Mundial interrompeu. Depois, o Ciclo de hortifruti, ensinando nossos agricultores que é possível criar soluções agrícolas em quaisquer direções.

Mas não só de agricultura se consolidou a presença obstinada de nossos irmãos nipônicos. Na silvicultura, no reflorestamento, na engenharia florestal, na dinâmica do carbono, a tal ponto que, hoje, o intercâmbio de Ciência e Tecnologia entre os dois países são motivo de avanços robustos e benefícios recíprocos.

O carvão, o carbono e o oxigênio
Dois exemplos merecem ser destacados entre as universidades japonesas e amazônicas. Um deles são as pesquisas conjuntas sobre o biochar, o biocarvão.

Os pesquisadores da Coordenação de Pesquisas em Ciências Agronômicas (CPCA) do Inpa, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, cultivam laços de intercâmbio para divulgação de trabalhos para prospecção dos benefícios da terra preta, ou biocarvão, com o intuito de conhecer as técnicas de produção e uso desse extraordinário fertilizante no Japão e na Amazônia.

Os japoneses tem uma cadeia de produtos para diversos cultivos de espécies. Lá é produzido em escala, com a mesma configuração química e nutricional da terra preta dos índios da Amazônia.

Esta é uma nova tecnologia agrícola dos asiáticos, usando resíduos de carvão, proveniente da palha de trigo, de arroz, de grãos, a quantidade descartada, para melhorar condições físicas, químicas e biológicas do solo. O nome disso é inovação e sustentabilidade.

O outro exemplo, inclui a JICA, a agência de cooperação japonesa, a Universidade de Tóquio e um consórcio de 32 instituições globais de pesquisa para estudar como aumentar a capacidade da floresta amazônica em fixar carbono e aumentar sua emissão de carbono. É o projeto Cadaf, sobre a dinâmica do carbono em nossa floresta.

São exemplos emblemáticos de uma amizade profícua e plena de conquistas saudáveis.

A construção do Polo Industrial de Manaus
Por fim, a presença da contribuição japonesa na consolidação da Economia da Zona Franca de Manaus, se deu desde a primeira hora.

Não apenas no fornecimento de tecnologia para o Distrito Agropecuário, a oferta de produtos de qualidade para a Zona Franca Comercial, e principalmente para a implantação do Polo Industrial de Manaus.

As empresas japonesas, desde os primórdios, também aqui depositaram a energia de seu entusiasmo, contribuindo decisivamente para a transformação econômica, social e cultural de nossa região.

Moto Honda, um orgulho da ZFM, a Yamaha, com capital amazonense, Sony, Panasonic, Semp/Toshiba, Fuji, são mais de quarenta empresas de alto nível, gerando emprego, renda, oportunidades e proteção florestal…

Por isso, muito obrigado é uma expressão que talvez não traduza o tamanho de nosso agradecimento e satisfação de estarmos juntos na construção de uma Amazônia próspera, solidária, com os olhos levemente puxados e a solidariedade fraterna desses preciosos 90 anos de Amizade.

Em nome do presidente Wilson Périco, dos Conselheiros do CIEAM e de sua equipe de colaboradores, ARIGATÔ, ARIGATÔ!!

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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected]

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