As microfranquias seguem avançando e mostram consolidação no mercado de franquias brasileiro, revela a mais recente pesquisa feita pela ABF – Associação Brasileira de Franchising. De acordo com o estudo baseado num universo de 1.375 redes associadas na categoria Franqueador, os modelos de negócios com valor de investimento inicial até R$ 135 mil – novo teto anunciado pela entidade e que passa a vigorar a partir de julho –, tiveram um expressivo crescimento de 87% entre maio de 2021 e maio deste ano, com um salto de 322 para 604 marcas no período. Na comparação com o mesmo mês de 2022, a variação positiva foi de 34,2%. Ao analisar a participação das microfranquias no total de redes associadas, o levantamento apontou uma alta de 37% para 44%, de 450 para 604, número 7% maior, ante 5% em relação a 2021.
Esses números envolvem tanto redes puras (que operam apenas com microfranquias), como mistas (com os dois modelos). Para além da elevação do teto – que adicionou 52 marcas ao total de 604 –, o crescimento do formato Microfranquia está relacionado, entre os fatores principais, aos investimentos das redes como estratégia para ampliar o perfil do público investidor, a busca por chegar a outros mercados, à própria maturidade das franquias e ao cenário econômico, que favorece os investimentos em modelos de negócios mais enxutos.
“As microfranquias são a porta de entrada para o empreendedorismo estruturado no Brasil. Esse perfil de franquia vem crescendo tanto em redes, como operações, mostrando sua versatilidade. De um lado, facilita o acesso a um negócio de empreendedores com menos experiência e capital para investimento, de outro sua formatação mais enxuta permite as redes de franquia chegar a mercados fora dos grandes centros. Em alguns casos, é também uma forma de profissionais trabalharem de suas casas, mas com o suporte de uma marca”, afirma a vice-presidente da ABF, Adriana Auriemo.
Os segmentos com maior participação entre as microfranquias são Serviços e Outros Negócios, que permanece liderando, com 27%, seguido de Alimentação, que teve uma leve alta, de 16% para 17% no período analisado, e de Saúde, Beleza e Bem-Estar, em igual situação, subindo de 15% para 16%.
De acordo com o levantamento da ABF, aumentou consideravelmente o número de redes mais maduras que adotaram modelos de negócios mais enxutos. Elas passaram de 18% para 20% e 31% entre 2021 e 2023.
A pesquisa detectou, ainda, que o formato Loja voltou a ganhar representatividade entre as microfranquias após um pico durante o auge da pandemia.
Para Bruno Arena, diretor de Relacionamento, Microfranquias e Novos Formatos da ABF, “além do investimento inicial mais baixo, a microfranquia, em muitos casos, tem uma configuração mais enxuta o que facilita sua implantação e operação e torna mais rentável mercados menores, mas ainda sim com demanda. Não por acaso, mais e mais redes de franquia vem acolhendo este formato em seus planos de expansão. As unidades físicas voltarem a ganhar participação de forma tão ágil indica que elas têm sim ainda um papel fundamental, principalmente quando associadas a estratégias online”.
Aspectos dos planos de negócio das microfranquias também foram observados no estudo da ABF. É o caso do prazo médio de retorno do investimento. Entre as microfranquias puras, o prazo mínimo para que o investidor tenha retorno é, em média, 10 meses menor do que o das redes com formatos tradicionais, e o prazo máximo é, também na média, 6 meses inferior.
O crescimento do número de redes atuantes nesta área coincide com a demanda dos empreendedores. Segundo dados do Portal do Franchising, maior portal de franquias do Brasil com milhões de acessos por mês, as faixas de investimento mais acessadas na busca são as até 100 mil, ou seja, o modelo de microfranquias representa 85% do total das buscas. Além disso, dos top 10 termos mais buscados, 5 deles se referem a microfranquias e franquias de baixo investimento, assim como as matérias mais acessadas do Portal do Franchising também estão relacionadas Microfranquias e franquias de baixo investimento.
Sobre a ABF
A ABF – Associação Brasileira de Franchising é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1987, que representa oficialmente o sistema de franquias brasileiro. O setor registra um faturamento anual superior a R$ 211,488 bilhões em 2022, mais de 184 mil operações e cerca de 3.000 marcas de franquias espalhadas por todo o Brasil. Além disso, o franchising brasileiro responde por aproximadamente 2,7% do PIB e emprega diretamente mais de 1,5 milhão de pessoas.
Atualmente com cerca de 1.650 associados e cobrindo todo o território nacional por meio da seccional Rio de Janeiro e de regionais (Centro-Oeste, Interior de São Paulo, Minas Gerais, Nordeste e Sul), a entidade reúne franqueadores, franqueados, advogados, consultores e demais fornecedores e stakeholders do setor. Não sendo um órgão regulador, o propósito da ABF é fomentar o franchising brasileiro, nacional e internacionalmente, para que ele se mantenha próspero, sustentável, inovador, inclusivo, íntegro e ético.
A Associação dedica-se a aperfeiçoar o sistema de franquias brasileiro por meio da capacitação de pessoas em diversos cursos presenciais e on-line, do estímulo à inovação, da disseminação das melhores práticas, da representação junto às diversas instâncias públicas e divulgação dos resultados do setor.
Fonte: DFreire Comunicação e Negócios