Mineradoras avançam em técnicas alternativas às barragens de rejeitos

Especialistas em mineração apresentaram na manhã da última sexta, dia 8, estudos e projetos, que estão em desenvolvimento, para tratamento e a disposição de rejeitos minerais. Esses subprodutos são armazenados porque, geralmente, podem vir a ser reprocessados em etapas posteriores da atividade industrial. São técnicas como as que minimizam o uso de água (filtragem por exemplo); a transformação do material em pasta; o armazenamento em cavas, entre outras.

 

Esses modelos de tratamento e disposição podem vir a ser alternativas e ou complementos ao papel desempenhado pelas barragens que utilizam água. Os especialistas defenderam que as barragens não podem ser demonizadas ou proibidas no Brasil, ainda mais que não é viável simplesmente substituí-las de uma hora para outra; são, por vezes, a solução ideal para a viabilidade econômica de uma operação mineral, seja no País ou em outra localidade pelo mundo.

 

“Os países desenvolvidos e nossos concorrentes em mineração, como Canadá, Austrália e Chile, utilizam barragens para dispor os rejeitos minerais”, disse Paulo César Abrão, sócio-diretor da empresa Geoconsultoria. Segundo ele, no Brasil não há proibição para implantar barragens de rejeitos minerais, mas há enorme dificuldade para obter licenciamento para novas unidades.

 

Após o acidente na barragem de Fundão, em Mariana (MG), o debate sobre essas estruturas tem sido marcado pela falta de reflexão técnica mais aprofundada, o que é um risco para a indústria da mineração, avaliou. Abrão considerou que essa prática força as mineradoras a adotarem tecnologias alternativas, sobre as quais ainda não têm pleno domínio e, por isso, demandam anos de estudos e testes antes de efetiva aplicação nas operações das minas.

 

Abrão participou da segunda parte do Workshop “Gestão de barragens de rejeitos de mineração”, no último dia do Congresso de Minas a Céu Aberto e Minas Subterrâneas (CBMINA), na UFMG, em Belo Horizonte (MG). O Congresso é realizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) em parceria com a UFMG.

 

 

 

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