Por Kantaro Komiya / Reuters
O ministro de Revitalização Econômica do Japão renunciou nesta segunda-feira (24) devido a críticas por não conseguir explicar completamente seus laços com um grupo religioso que críticos dizem ser semelhante a um culto, em um movimento que representa um golpe para o primeiro-ministro, Fumio Kishida.
Daishiro Yamagiwa, a primeira pessoa a renunciar no governo de Kishida desde que o premiê chegou ao poder no ano passado, tornou-se a vítima política de maior destaque até agora de um escândalo crescente desencadeado pelo assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe em julho.
Sua demissão é um duro golpe para um líder cujo apoio caiu para mínimas recordes em meio a revelações sobre conexões entre quase metade dos parlamentares de seu Partido Liberal Democrata e a Igreja da Unificação.
Mais tarde, Yamagiwa disse a repórteres que lamenta suas ações, mas não chegou a se desculpar e disse que permanecerá como parlamentar, já que não fez nada ilegal.
Ele acrescentou que se arrepende de ter participado de tantas reuniões da igreja e de dar reconhecimento à organização como resultado.
O ministro das Finanças, Shunichi Suzuki, disse segundo a agência de notícias Jiji que ficou surpreso com a renúncia de Yamagiwa e acrescentou que é preciso tomar cuidado para que não haja impacto em um pacote econômico do governo que deve ser aprovado ainda esta semana.
A igreja, fundada na Coreia do Sul na década de 1950 e famosa por seus casamentos em massa, ficou sob os holofotes após o assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, em 8 de julho.
O suspeito de atirar em Abe guardava rancor contra a igreja, alegando que ela levou sua mãe à falência e culpando o ex-premiê de promovê-la, de acordo com suas postagens nas redes sociais e reportagens.