A Agência de classificação de risco Moody’s realizou uma pesquisa que apontou um crescete número de empresas brasileiras com risco de perderem o selo de bom pagador – o chamado grau de investimento – esse número mais que dobrou no primeiro trimestre, em relação aos últimos três meses de 2014.
As agências de avaliação de riscos deram notas para suavizar a pesquisas e não interferir tanto nas decisões de investidores. Na lista de “potenciais anjos caídos”, nome dado pela agência às companhias Baa3 (última nota antes do grau especulativo) com uma perspectiva negativa ou em revisão para rebaixamento, cinco empresas: AES Tietê, Bandeirante Energia, Espírito Santo Centrais Elétricas, Energest (do setor elétrico) e a construtora Odebrecht. Em dezembro, eram Braskem, Eletrobras e Sabesp (a lista considera apenas companhias não financeiras). Agora, o Brasil ocupa a primeira posição na lista, ao lado dos Estados Unidos, também com oito empresas.
“Os principais fatores para o aumento do número de empresas no Brasil foram as pressões macroeconômicas e mudanças regulatórias, que resultaram em um ambiente de negócios mais desafiador”, afirma o relatório. Em relação a Odebrecht, a Moody’s afirma que a empresa foi prejudicada também pela deterioração dos fundamentos do setor de engenharia e construção promovida pelos escândalos de corrupção na Petrobras. O enfraquecimento do cenário brasileiro fez com que a América Latina se tornasse a região com o maior número de empresas na lista de “potenciais anjos caídos”, com 34% do total. Em seguida, vem a América do Norte, com 31%. “É bastante significativo que a América Latina seja primeira da lista, porque o mercado de emissores na região é muito menor do que a América do Norte” aponta o vice-presidente da Moody’s Mark Stodden. “Isso pode dificultar o acesso ao capital na região, especialmente estrangeiro, e a falta de investimento pode prejudicar ainda mais o crescimento econômico.”
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/04/1619391-brasil-lidera-ranking-sobre-empresas-ameacadas-de-rebaixamento.shtml