Mudanças climáticas impulsionaram seca recorde na Amazônia, confirma estudo

Estudo divulgado por um grupo internacional de cientistas revela que o aquecimento global impulsionou as temperaturas e contribuiu para a redução das chuvas na região
Seca no Lago do Aleixo, em Manaus (AM), em setembro de 2023. Foto: Gato Junior/ Rede Amazônica

Da Redação, com informações da CNN/Reuters

A seca recorde que atingiu a Amazônia em 2023, teve um principal responsável: as mudanças climáticas. A constatação é da World Weather Attribution, um grupo internacional de cientistas, que analisou o período entre junho e novembro do ano passado, na região.

Segundo os pesquisadores, o aquecimento global tornou a seca 30 vezes mais provável, impulsionou temperaturas extremamente altas e contribuiu para a redução das chuvas.

A seca que atingiu a Amazônia Legal também foi observada nos outros nove países da Floresta Amazônica e deve piorar em 2024 a partir de maio, quando a temporada de chuvas começar a retroceder, segundo dados divulgados ainda em 2023.

“Deveríamos estar muito preocupados com a saúde da Floresta Amazônica”, disse a co-autora do estudo e pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina, Regina Rodrigues.

Os pesquisadores alertam que seca pode agravar os incêndios florestais, o que, em combinação com as mudanças climáticas e o desmatamento, pode empurrar a Amazônia mais rapidamente a um ponto de não retorno, quando o bioma seca e deixa de ser uma exuberante floresta tropical.

O aquecimento periódico no leste do Oceano Pacífico conhecido como El Niño também contribuiu para a redução das chuvas, mas não para as temperaturas mais altas, afirma o estudo. Embora a região tenha passado por pelo menos três secas intensas nos últimos 20 anos, o alcance desta seca foi sem precedentes e afetou toda a Bacia Amazônica, disse Rodrigues.

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