Jório Veiga chegou com uma alentada bagagem de administração consolidada no setor privado, onde é apreciado e estimado por suas habilidades e competências. De cara, anunciou que sua presença à frente da Pasta do Planejamento tem um propósito bem claro: recuperar o protagonismo do Planejamento como ferramenta estratégica a serviço do desenvolvimento do Amazonas.
Conselheiro do CIEAM até 2018, Jório de Albuquerque Veiga Filho, 62 anos, nascido em Recife, mora em Manaus há 29 anos. Graduado em engenheira civil, tem especialização em economia de empresas e cursos em gerência de produção (PMDP), por meio da Georgia Institute of Technology.
Ele atuou por 28 anos em posições gerenciais e de diretoria, a nível internacional, na The Coca-Cola Company. Jório pretende aperfeiçoar as ações que possam garantir um bom ambiente de negócios com mais eficiência e transparência aos investidores e projetos voltados para a qualidade de vida dos cidadãos.
\”Nosso foco é o desenvolvimento econômico, eficiência e transparência, com atração de investimentos, redução da burocracia e maior rapidez na tramitação dos projetos. A ordem é ampliar, diversificar e regionalizar a economia\”. Confira a entrevista.
1- FOLLOW Up – Prestes a completar 100 dias de serviço público, como um gestor oriundo da área privada poderá contribuir com maior leveza e eficácia da máquina burocrática?
JÓRIO VEIGA – Vamos tratar os contribuintes como Clientes e, ao mesmo tempo, garantindo Compliance, ou seja, atuar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos. Precisamos entender as necessidades das empresas tratando de dar mais agilidade e velocidade nos processos para melhorar o ambiente de negócio. Essa é a orientação do Governador. Transparência, austeridade e um ambiente de negócios favorável aos empreendedores. Não queremos atrapalhar quem quer fazer negócio no Amazonas, pelo contrário.
2- FUp – Os últimos gestores da Seplan foram nomeados para não planejar além dos 4 anos de mandato. Com sua experiência, quais as vantagens e benefícios que um bom gestor do setor público poderia alcançar com a metodologia de resultados das empresas privadas ?
JV – A rigor não podemos dizer que eles foram nomeados para não planejar o longo prazo. As condições em que trabalharam foram muito adversas. De toda maneira, o mais importante é perceber que temos a oportunidade de olhar para a frente e definir metas mais claras. Por exemplo, a redução da dependência econômica do PIM, através do estabelecimento de outras áreas de desenvolvimento e da interiorização da economia.
3- FUp – As empresas incentivadas do Amazonas recolhem 1,5 bilhão para o Estado promover a interiorização do desenvolvimento. Que recomendações vc teria para aplicar estes recursos com ganhos políticos e sociais ?
JV – A questão desses valores é mais ampla e vem de muitos anos atrás, desde quando foram usados para atender necessidades as mais diversas. Cabe a nós, nos próximos anos, estudar bem os fundos existentes e vinculá-los com programas de longo prazo e objetivos bem definidos. Políticas de estado para transformação do ambiente de negócios no Amazonas como um todo, com ênfase nos municípios do interior.
4- FUp – Gestão transparente e participativa tem sido a receita de uma administração pública exemplar. Quais os benefícios eleitorais que essas duas recomendações oferecem?
JV – A transparência e participação são as ferramentas para a atuação da Sociedade Civil Organizada. Permitem a todos nós ajudarmos o Governo na elaboração dos projetos estruturantes de longo prazo, que interessam a todos, com a necessária fiscalização da aplicação dos recursos.
5- FUp – A indicação de seu nome teve o propósito de estreitar o diálogo entre o serviço público e o setor privado. Passados 3 meses você já pode adiantar quem vai sair ganhado com essa iniciativa?
JV – Primeiro eu gostaria de dizer que eu tive uma surpresa muito positiva com a qualidade, conhecimento, profissionalismo e dedicação de inúmeros técnicos do Governo. Entendo que todos ganham. As empresas, que contam com alguém que entende as suas demandas e a agilidade que necessitam, e o próprio Governo, na medida em que projetos e negócios encontram um ambiente mais favorável para sua instalação e desenvolvimento.
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