Da Redação, com informações da Agência Brasil e G1
A operação Dakovo, da Polícia Federal (PF) envolveu quase 70 operações policiais nesta terça-feira, 5, onde foram apreendidas pelo menos 659 armas, em dez estados brasileiros. O trabalho da PF busca acabar com um esquema de tráfico de armas europeias para o Brasil, que tinha como principal foco uma empresa com sede no Paraguai, responsável por importar milhares de pistolas e fuzis fabricados na Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
No Paraguai, segundo as investigações, as armas tinham sua identificação raspada para dificultar o rastreamento. Elas eram repassadas a grupos de traficantes de armamentos que atuam na fronteira com o Brasil. Dali, eram revendidas a facções criminosas brasileiras. A PF estima que mais de 43 mil armas foram importadas no esquema em um período de três anos.
Desde o início das investigações – feitas em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e com autoridades paraguaias – já foram expedidos 25 mandados de prisão preventiva e 54 de busca e apreensão nos dois países e também nos Estados Unidos. O principal alvo da operação de hoje, Diego Hernan Dirísio, que estaria no Paraguai, ainda não foi encontrado. Ele é considerado pela PF o maior contrabandista de armas da América do Sul.
Nesta terça-feira, também foi apreendida grande quantidade de dólares, ainda a ser contabilizada. Centenas de fuzis e pistolas foram recolhidas na sede da empresa paraguaia. Também foi descoberto o local onde é feita a raspagem da identificação das armas.
O site G1 fez um balanço das prisões realizadas nesta terça, até o início da tarde:
- 5 envolvidos no crime foram presos no Brasil;
- 14 no Paraguai; sendo que um deles já estava preso.
A Justiça da Bahia, que conduz a operação, determinou que os alvos de prisão que estiverem no exterior sejam incluídos na lista vermelha da Interpol e que, se forem presos, sejam extraditados para o Brasil.
Histórico – A investigação começou em 2020, quando pistolas e munições foram apreendidas no interior da Bahia. As armas estavam com o número de série raspado, mas, por meio de perícia, a PF conseguiu obter as informações e avançar na investigação.
Três anos mais tarde, a cooperação internacional que resultou na operação desta terça indica que um homem argentino, dono de uma empresa chamada IAS, com sede no Paraguai, comprava pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições de fabricantes de países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.