Em 2024, o Amazonas enfrentou uma das secas mais severas de sua história, impactando diretamente a logística e a economia da região. A redução drástica dos níveis dos rios comprometeu a navegação de embarcações de grande porte, essenciais para o abastecimento e escoamento de produtos do Polo Industrial de Manaus (PIM). Em resposta a esse desafio, o Grupo Chibatão e o setor portuário, em parceria com os governos federal e estadual, implementaram a “Operação Itacoatiara”, uma iniciativa pioneira destinada a manter o fluxo logístico durante o período crítico de vazante.
Contexto e Motivação
A seca de 2023 já havia causado prejuízos superiores a R$ 1 bilhão à economia local, segundo o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM). Com previsões indicando uma estiagem ainda mais severa em 2024, tornou-se imperativo desenvolver soluções que garantissem a continuidade das operações logísticas e evitassem o desabastecimento. A principal rota de escoamento da produção industrial do estado depende dos rios, cuja navegabilidade foi comprometida pela redução dos níveis dos leitos fluviais.
Implementação da Operação
A Operação Itacoatiara consistiu na instalação de portos provisórios no município de Itacoatiara, a aproximadamente 176 km de Manaus. Esses portos serviram como pontos de transbordo, permitindo que cargas fossem transferidas de navios de grande porte para balsas menores, capazes de navegar em trechos com calado reduzido até a capital amazonense. A estrutura principal incluía um píer flutuante de 240 metros de comprimento e 24 metros de largura. As operações ocorreram ininterruptamente, 24 horas por dia, sete dias por semana, organizadas em três turnos de trabalho.
Resultados e Impacto
Além de garantir a logística industrial, a iniciativa teve efeitos positivos na economia local de Itacoatiara, gerando empregos e aquecendo o setor de hotelaria. A contratação de mão de obra local para as atividades nos portos provisórios contribuiu para o desenvolvimento socioeconômico da região.
Desafios e Colaboração
A implementação da Operação Itacoatiara exigiu uma coordenação complexa entre diversos atores. O governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), articulou-se com a iniciativa privada e órgãos reguladores para viabilizar as licenças ambientais necessárias, emitidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). Além disso, a Marinha do Brasil, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Receita Federal desempenharam papéis cruciais na autorização e supervisão das operações.
Conclusão
A Operação Itacoatiara destacou-se como uma solução inovadora e eficaz diante dos desafios impostos pelas condições climáticas adversas no Amazonas. Através da colaboração entre o setor público e privado, foi possível assegurar a continuidade das atividades econômicas e minimizar os impactos da seca na região. Esta iniciativa serve como exemplo de resiliência e capacidade de adaptação frente às adversidades, reforçando a importância de planejamento e ação conjunta para superar crises logísticas e ambientais.
Oferecimento: Grupo Chibatão
