Oposição na Argentina confirma coalizão para as eleições de outubro

Partidos como PRO, Coalizão Cívica e UCR integram a frente; Prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, e a ex-ministra Patricia Bullrich seguem na disputa para definir quem será o candidato

Por Fábio Mendes / CNN

A principal frente oposicionista na Argentina, o Juntos por el Cambio (Juntos pela Mudança) confirmou a coligação de partidos que disputará as eleições presidenciais em outubro deste ano. Integrarão o coletivo o Proposta Republicana (PRO), liderada pelo ex-presidente Mauricio Macri, a Coalizão Cívica, a União Cívica Radical (UCR) e o Encontro Federal Republicano, liderado por Miguel Pichetto.

A coligação também conta com outras legendas menores, como o Movimento de Integração e Desenvolvimento (MID), o Partido Democrático Progressista, o Partido Unir e o Geração para um Encontro Nacional (GEN).

“(Juntos pela Mudança) são herdeiros de três tradições fundadoras da Argentina: a UCR expressa a tradição democrática, personificada em Raúl Alfonsín; o PRO expressa a tradição liberal, bandeira das administrações da Cidade Autônoma de Buenos Aires desde 2007; e a Coalizão Cívica encarna a tradição republicana, a busca por um contrato moral e uma Estado ao serviço dos cidadãos”, aponta um comunicado da coligação.

Dentro dessa coligação, ainda há uma indecisão sobre os nomes para a chapa presidencial. Atualmente dois nomes são os mais fortes e que seguem na disputa, especialmente após Macri anunciar que não seria candidato: o prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta, e a parlamentar e ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich.

“Adicionamos o GEN de Margarita Stolbizer nesta nova etapa e vamos continuar somando, porque para outubro precisamos de uma nova maioria muito sólida para promover uma grande transformação”, disse Larreta à agência Telám. Ele também patrocinou a chegada do Governador de Córdoba, Juan Schiaretti.

A principal disputa entre ambos está na discordância sobre o tamanho da coligação. Larreta é favorável à adesão do deputado nacional e economista José Luis Espert, o que vai contra os planos de Bullrich.

Vista aérea da Casa Rosada, o palácio presidencial da Argentina, em Buenos Aires. Foto: Reuters/Agustin Marcarian

A ex-ministra, por sua vez, defende a inclusão na aliança de Javier Milei, que pode aderir ou se lançar ele mesmo como candidato à presidência. O polêmico deputado, de extrema-direita, tem feito diversos pronunciamentos controversos. Questionado sobre a posição, Larreta se esquivou: “É preciso obter uma maioria sólida no Congresso”.

Bullrich também articula para atrair o prefeito de Lanús, Nestór Grindetti e o deputado Cristian Ritondo.

Dependendo de quem será escolhido candidato, haverá a definição do vice. Em caso de vitória de Larreta, surge o nome de Gerardo Morales, enquanto Bullrich prefere a Luis Naidenoff ou Maximiliano Abad. Todos esses são integrantes da UCR. A possibilidade de ambos saírem juntos em uma chapa, ao menos por hora, parece remota.

Outro nome que pode ser escolhido como vice é o do deputado Ricardo López Murphy. Ele vem se posicionando a favor da candidatura de Bullrich. “Será uma fórmula comprometida com um programa de grande transformação que exige muita coragem”, concluiu. À imprensa argentina, afirmou que pode integrar a chapa: “Se me for oferecida esta proposta, eu a aceitaria”.

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