Por Ana Danin
Nesta quarta-feira, 9, último dia da Cúpula da Amazônia, em Belém (PA), os chefes de estado e representantes de países tanto da região, quanto convidados, divulgaram uma carta conjunta dos Países Florestais em Desenvolvimento. No documento, eles reforçam a “necessidade de redução das causas do desmatamento e da degradação florestal, a importância da conservação e valoração da biodiversidade e a busca por uma transição ecológica justa”.
A carta ainda conclama os países desenvolvidos “a cumprirem suas obrigações de financiamento climático; e a contribuir para a mobilização de US$ 100 bilhões por ano, até 2030, previstos pelo Marco Global para a Biodiversidade de Kunming-Montreal para a implementação dos planos de ação e estratégias nacionais de biodiversidade.”
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No encerramento da Cúpula o espaço de diálogo foi ampliado para a participação dos presidentes da República Democrática do Congo, Félix-Antoine Tshilombo, República do Congo, Denis Sassou Nguesso, além de representantes da Indonésia, Noruega, França e de organizações como a Convenção-quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o presidente da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Ralph Gonsalves, que é o premiê de São Vicente e Granadinas, e Sultan Ahmed Al-Jaber, presidente da Conferência do Clima (COP-28), que será realizada nos Emirados Árabes, no fim desde ano.
O presidente Lula, anfitrião do evento, fez um pronunciamento ao fim do encontro reforçando que, a partir de agora, os países participantes seguirão unidos para conseguirem ter mais força e voz nas decisões que envolverem as florestas tropicais.
“Estamos convencidos de que é urgente e necessária a nossa atuação conjunta em fóruns internacionais. Reivindicamos maior representatividade em discussões que nos dizem respeito”, afirmou, criticando, por mais de uma vez, a postura dos países desenvolvidos em relação ao meio ambiente. “Medidas protecionistas, mal disfarçadas de preocupação ambiental, por parte dos países ricos, não são o caminho a trilhar”, destacou.
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A Cúpula da Amazônia ocorreu nos dias 8 e 9 de agosto, na capital paraense. Foi o primeiro encontro, em 14 anos, dos presidentes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
O encontro aconteceu logo após a realização dos Diálogos Amazônicos, evento que reuniu 24 mil pessoas, entre os dias 4 e 6 de agosto, também em Belém, incluindo representantes de organizações não-governamentais, movimentos sociais, centros de pesquisa e agências governamentais do Brasil e demais países amazônicos, com o objetivo de formular sugestões para a reconstrução de políticas públicas sustentáveis para a região.
O resultado desses debates foi apresentado aos chefes de Estado na forma de relatórios, ainda na abertura da Cúpula da Amazônia.