Pedral do Lourenço: Dnit entregará estudos necessários ao Ibama até dezembro

Deslocamento do pedral para construção de hidrovia no rio Tocantins foi tema de debate realizado na Câmara dos Deputados. Obras podem começar em março de 2024
Rio Tocantins. Foto: Valéria Zelaya/ SECOM - TO

Da Redação, com informações da Agência Câmara

A realização de obras para o derrocamento da formação rochosa conhecida como Pedral do Lourenço, no Pará, foi tema de um debate na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados em 19 de setembro, a pedido do deputado Vicentinho Júnior (PP-TO). O parlamentar defende a remoção, alegando que a existência do pedral impede a navegabilidade ao longo do rio Tocantins. “O sonho de navegar pelo rio Tocantins até o rio Araguaia por meio de uma hidrovia tem mais de 50 anos”, diz o deputado.

O Pedral do Lourenço possui cerca de 43 km de extensão e está situado entre os municípios paraenses de Marabá e Tucuruí. As obras para derrocamento estão dentre as beneficiadas com investimentos do Novo PAC, no Pará, como anunciado em agosto passado, pelo governo federal.

O presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Mendonça, afirmou que a instituição aguarda a conclusão dos estudos feitos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para decidir sobre a licença ambiental da hidrovia. Já o diretor de Infraestrutura Aquaviária do Dnit, Erick de Medeiros, informou que a ideia é entregar os documentos ao Ibama até dezembro. Ele acrescentou que a autarquia de transportes pretende iniciar a retirada do Pedral do Lourenço em março de 2024.

Para garantir a navegação durante todos os meses do ano no rio Tocantins, explicou o executivo do Dnit, são necessárias obras que aumentem sua profundidade, como a dragagem – retirada de material solto no fundo do rio – e o derrocamento, que é a escavação das pedras.

A questão, no entanto, é polêmica, já que ambientalistas e pesquisadores alegam que uma hidrovia na região teria impactos negativos sobre os ribeirinhos, indígenas e, principalmente, sobre pescadores que retiram seu sustento da área.

O secretário de Transportes do Pará, Adler Silveira, defende o derrocamento, mas reforça que as obras no rio Tocantins precisam respeitar questões ambientais e os direitos de povos tradicionais e originários.

Silveira afirma que o estado do Pará é a última fronteira agrícola do País e que a hidrovia facilitará o escoamento da produção. “Isso aumentará a produtividade e, consequentemente, o PIB”, disse, ressaltando que a hidrovia vai deixará o custo do frete menor.

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