No aniversário de 52 anos da Zona Franca de Manaus, o prefeito Arthur Virgílio Neto parabenizou o Polo Industrial por meio da sua página no Facebook, defendendo que a Amazônia é imprescindível para o Brasil e que existem vários motivos importantes para que o governo brasileiro possa “apaixonadamente” apoiá-la, porque garante equilíbrio ecológico, prestígio diplomático e paz militar ao País.
“Feliz aniversário aos que lutam por uma verdade que precisa virar evidente. Nada de comparações com subsídios fúteis e danosos. Que se compreenda, de uma vez para sempre, que Zona Franca ‘bombando’ será sinônimo de floresta em pé, rios grandiosos, biodiversidade riquíssima, prosperidade e prestígio internacional para o Brasil e garantia de paz militar”, ressaltou Virgílio, defendendo que o modelo precisa de reformas profundas em sua infraestrutura.
O prefeito também desejou êxito à administração do coronel Alfredo Menezes à frente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e reforçou a urgência do investimento em internet e telefonia celular.
No texto, Arthur Virgílio cita a fundação do modelo econômico pelo presidente Castelo Branco e ministro Roberto Campos, que concederam os incentivos fiscais a partir de 1967. Ele reitera a importância de que outras matrizes venham para se somar ao que hoje é a única fonte concreta com que os amazonenses contam.
Na avaliação do prefeito de Manaus, os fundadores da ZFM atingiram em cheio seus objetivos ao garantir a soberania nacional e propiciar desenvolvimento econômico para uma região estagnada. “A variável ambiental foi de notável relevância, porque avultou o peso local, nacional e planetário do Polo Industrial de Manaus. No plano local, porque sustenta, em seus efeitos diretos e indiretos, a economia amazonense, além de ganhar tempo político e econômico para novas matrizes a ele se somarem”, avaliou.
No plano nacional, Arthur Virgílio defende que a Zona Franca de Manaus mantém a parte brasileira da Floresta Amazônica 97% intacta em sua cobertura florestal. “Isso daria um grande trunfo diplomático para um presidente que soerguesse a ZFM, exibindo ao mundo uma governança responsável sobre a floresta e os rios da Amazônia. No plano internacional, porque o mundo sabe que esse conjunto floresta/grandes rios é o principal mitigador das consequências negativas do aquecimento global”, defendeu.
O prefeito ressaltou que se a Zona Franca estivesse em momento de euforia, se viveria um caos portuário. Para ele, são necessários portos efetivamente capazes de atender à entrada e saída de insumos e produtos no Distrito Industrial e à estruturação de hidrovias, a começar pelo rio Madeira, junto com a imediata finalização da BR-319.
Ele pontuou também que há urgência em se retomar o processo de treinamento de mão de obra, formação de capital intelectual, investimento em inovação tecnológica e aplicação rigorosa e sistêmica dos vultosos recursos destinados à pesquisa e desenvolvimento (P&D). “Saliento que são necessários novos polos e por quê não drones? Com posição nobre para a incorporação dos produtos da biodiversidade, como fármacos, cosméticos e biojoias no processo de produção. Destaco que a decisão sobre os Processos Produtivos Básicos (PPBs) deve ser descentralizada das de Brasília para o âmbito do Conselho de Administração da Suframa, o CAS”, argumentou.
Para Arthur, os governantes precisam entender que a Zona Franca sustenta a floresta em pé. “A Organização Mundial do Comércio já sabe disso há tempos, aceitando, sem retaliar o Brasil, as condições fiscais excepcionais destinadas à ZFM”, citou.
Certos tecnocratas, comparou Arthur, se perdem na aritmética que compara custo do emprego X valor dos incentivos, concluindo que a Zona Franca seria um peso para o Brasil. “O Amazonas é o maior pagador de impostos da região Norte. E se a Zona Franca perecer, multidões de desempregados e desesperançados avançarão sobre a floresta, acarretando forte crise diplomática e tensões militares de fim imprevisível para o Brasil. Tudo isso sem contar o empobrecimento do regime de chuvas no Amazonas, em grande parte do país e até na Argentina. Nossos rios pujantes se amesquinhariam. Nossa biodiversidade seria destruída”, alertou.
O prefeito lembrou de duas lições de sua mestra, dos tempos de Instituto Rio Branco, a geógrafa Bertha Becker. “Ela dizia que o Brasil conta com apenas três cidades com efetiva vocação de cidade mundial: São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus. Apenas uma das três maiores riquezas mundiais pertence a um só Estado nacional. As outras duas riquezas, do fundo do mar e Antártida, pertencem a vários países. A Amazônia é que é apenas do Brasil”, finalizou.
Texto: Cláudia Barbosa /Semcom