A presidente do Peru, Dina Boluarte, pediu desculpas por dezenas de mortes durante protestos em todo o país nas últimas semanas, falando à nação em uma transmissão noturna na sexta-feira (13).
Semanas de protestos deixaram pelo menos 42 mortos desde o início de dezembro, quando o ex-chefe de Estado Pedro Castillo foi deposto e detido após tentar dissolver ilegalmente o Congresso.
Boluarte destacou que armas e munições que não pertencem à polícia e ao exército peruanos entraram no país pela fronteira sul, exigindo uma investigação para saber se foram usadas para matar civis e um policial durante os violentos protestos dos últimos dias.
Muitas das manifestações furiosas — e, às vezes, violentas, aconteceram nas principais regiões mineiras do sul. Porém, na quinta-feira (12) milhares de pessoas marcharam pelas ruas de Lima exigindo o fechamento do Congresso e a renúncia de Boluarte.
Ela pontou que não renunciaria e que não há condições legais para fechar o Congresso.
Investigações
A procuradora-geral do Peru abriu 11 investigações para identificar os responsáveis por mais de três dúzias de mortes de civis durante alguns dos protestos mais violentos do país em anos, informou seu escritório na sexta-feira.
Patricia Benavides anunciou que as investigações se concentram nos confrontos entre manifestantes e forças de segurança nas regiões fortemente indígenas do sul de Puno, Cusco, Arequipa, Apurimac e Ucayali, bem como na capital Lima.
Grupos de direitos humanos acusam policiais e soldados de usar força excessiva, incluindo munição real e lançar gás lacrimogêneo de helicópteros, enquanto as forças de segurança dizem que os manifestantes, principalmente no sul dos Andes do Peru, usaram armas caseiras e explosivos contra eles.
Fonte: Reuters