Comunidades tradicionais da Amazônia – indígenas, extrativistas e ribeirinhos – ganharam visibilidade com o projeto Origens Brasil, uma parceria entre o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e o Instituto Socioambiental (Isa), que ajuda consumidores e empresas a identificar produções sustentáveis da floresta.
Dos quintais das mulheres da etnia indígena Baniwa, na região do Alto Rio Negro (AM), a produção de pimentas cultivadas organicamente, desidratadas e moídas com sal, já firmou parceria com uma empresa que revende o produto nos Estados Unidos. São 52 famílias beneficiadas com a produção da pimenta Baniwa.
“Por meio do Origens Brasil, temos facilidade de divulgação. Acreditamos que, assim, muita gente vai nos conhecer não só no Brasil, mas também no exterior. Agora, já temos um parceiro nos Estados Unidos. O dono de uma empresa de culinária é nosso representante lá, está divulgando o trabalho. Ele compra nossos produtos aqui e revende lá desde o início do ano”, disse o indígena Alfredo Brazão, gerente de comercialização da Pimenta Baniwa.
A Pimenta Baniwa está no estande do projeto Origens Brasil, na feira Bio Brazil Fair-Biofach América Latina, que ocorre até amanhã (9) no Pavilhão de Exposições do Anhembi,na capital paulista. A feira possibilita que o público e empresários tenham acesso a produtores, abrindo a oportunidade de novas parcerias.
Alfredo Brazão disse ainda que os Baniwa trabalham com 78 variedades de pimenta e que a produção é bem tradicional. “A produção da pimenta é feita pelas mulheres. São plantadas organicamente no quintal das casas e a maior parte na roça. As mulheres têm a técnica de plantio, de colheita, elas que fazem o trabalho. Depois disso, quando as pimenteiras produzem, são colhidas e entregues a uma rede de casas da pimenta, em que há sempre um casal de gerentes que faz o processamento de limpeza, secagem, trituragem e envasamento final, coloca rótulos e lacre”, acrescentou.