As quedas com diferença de nível representaram 10,6% dos registros de acidentes de trabalho reportados pelas empresas ao INSS no ano passado. Segundo dados do órgão, das 349.579 Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs) entregues em 2017 referentes a acidentes típicos e doenças, 37.057 foram relacionadas a quedas.
As quedas com diferença de nível chamam atenção pela gravidade. Quando contabilizados os acidentes fatais de trabalho, esses acidentes respondem por um percentual ainda maior: 14,49% do total. No ano passado, 161 das 1.111 mortes em ambiente de trabalho foram causadas por esse tipo de ocorrência.
Os motoristas de caminhão são os profissionais que mais se acidentaram em quedas com diferença de nível em 2017 e lideram o número de mortes. Foram 1.782 acidentes e 16 óbitos. Mas somados os números de acidentes e óbitos causados por quedas, os trabalhadores da construção civil (serventes de obras e pedreiros) ultrapassam os motoristas, com 1.796 acidentes e 24 mortes.
As Comunicações de Acidente de Trabalho não detalham a dinâmica dos acidentes registrados, mas considerando as análises realizadas pelo Ministério do Trabalho, as quedas mais graves entre os motoristas de caminhão ocorrem durante a manipulação da carga e na subida e descida da carroceria.
Uma das ações da Campanha Nacional de Prevenção a Acidentes de Trabalho de 2018 (Canpat) foi a publicação do Manual Consolidado da NR-35 que traz orientações para empresas, trabalhadores e sociedade sobre os cuidados necessários para a redução dos riscos de quedas nas tarefas realizadas acima de dois metros de altura do solo.