Randolfe Rodrigues e Marina Silva falam sobre exploração de petróleo no Amapá

A possibilidade de exploração petróleo na foz do rio Amazonas, a cerca de 120 quilômetros da costa do estado do Amapá, foi abordada em diferentes momentos durante os Diálogos Amazônicos, em Belém (PA).
Foto: Audiovisual/PR

Na sexta-feira, 4, em coletiva de imprensa com várias autoridades federais, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido) foi questionado quanto ao posicionamento do governo federal sobre o tema e as expectativas de geração de emprego e renda para os amapaenses. 

Na ocasião, ele destacou que o governo federal tem como base o respeito à ciência e a técnica, envolvendo também as pessoas da região nas decisões referentes à preservação da área, geração de emprego e de combate à fome.

“A Amazônia é a maior floresta tropical do globo, o maior manancial de água potável do planeta, é o conjunto da maioria dos ecossistemas do planeta, mas a Amazônia também são 25 milhões de humanos, e é preciso debater com eles (as pessoas) eles as alternativas de geração de emprego e de renda”, afirmou o senador, eleito pelo Amapá.

Em maio deste ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) indeferiu o pedido da Petrobras para realizar atividade de perfuração marítima no Amapá.No parecer, o Ibama indicou que a documentação enviada pela Petrobras apresentava “inconsistências preocupantes para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental”. Um dos fatores apontados é o tempo de resposta a possíveis vazamentos de petróleo. 

No sábado, 5, também em conversa com a imprensa, a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, foi questionada sobre o tema e pontuou que em um processo de licenciamento o empreendedor tem o direito de reapresentar a proposta, o que já foi feito pela Petrobras e será avaliado pelo Ibama, com isenção.

“O Ibama não dificulta nem facilita. O Ibama tem um parecer técnico que deve ser observado. Nós já demos mais de duas mil licenças para a Petrobras, ao longo dos tempos. Se as licenças dadas não forem ideológicas, as licenças negadas também não são ideológicas, são licenças técnicas“.

Na última quinta-feira, 3, o presidente Lula já havia afirmado, em Brasília, que a decisão do Ibama não era definitiva, e que a Petrobras tem o direito de corrigir as falhas no projeto. Segundo ele, as discussões estão acontecendo internamente e, em breve, deve haver uma decisão. 

Em uma entrevista exclusiva para a edição de junho da Revista PIM Amazônia, Denis Minev, atual Presidente da Bemol – uma das principais empresas varejistas do norte do Brasil – comentou um pouco sobre o potencial da exploração do petróleo no Amapá e a comparou com a Guiana, que já está explorando o petróleo, e com expectativa de enriquecer nos próximos dez anos. Segundo ele, “o Amapá tem o mesmo potencial. É claro que ainda não foi perfurado tanto para descobrir, mas é possível que o Amapá seja parecido. Contudo, o Amapá não vai ser um estado rico daqui a dez anos, isso, em parte, porque ele está no Brasil”. 

A expectativa em relação à Margem Equatorial brasileira abrange reservas que podem variar entre 10 bilhões a 30 bilhões de barris de óleo equivalente, o que significaria reservas entre US$ 770 bilhões a US$ 2,3 trilhões. Se tudo for autorizado, o início de produção está previsto para 2030.

Vale destacar que o leilão para a exploração da área foi vencido por um consórcio entre a Petrobras, BP Energy e Total. O pedido de licenciamento da exploração de petróleo na região foi iniciado em 2014, e o Ibama já negou a licença para perfuração de outros cinco blocos de poços em 2018. Devido à demora no processo, a Total saiu do negócio em 2020 e a BP em 2021. 

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