Resseguradora registra US$ 120 bi em prejuízos com desastres naturais em 2022

Seguradora alemã alertou que mudança climática está tornando as tempestades mais intensas e frequentes

Por Tom Sims e Alexander Hübner / Reuters

O furacão Ian nos Estados Unidos e as inundações na Austrália ajudaram a tornar 2022 um dos anos mais caros já registrados envolvendo desastres naturais, disse a resseguradora alemã Munich Re, alertando que a mudança climática está tornando as tempestades mais intensas e frequentes.

As perdas decorrentes de catástrofes naturais cobertas por seguros somaram cerca de US$ 120 bilhões no ano passado, semelhante a 2021, embora abaixo dos danos recordes de 2017, disse a Munich Re, maior resseguradora do mundo.

A contagem anual da Munich Re é superior à média de US$ 97 bilhões em perdas seguradas nos últimos cinco anos e supera a estimativa inicial de 115 bilhões no mês passado divulgada pela rival Swiss Re.

“Os choques climáticos estão aumentando”, disse Ernst Rauch, cientista-chefe para clima da Munich Re, à Reuters. “Não podemos atribuir diretamente nenhum evento climático severo à mudança climática. Mas a mudança climática tornou os extremos climáticos mais prováveis.”

Perdas anuais seguradas de US$ 100 bilhões parecem ser “o novo normal”.

As perdas totais decorrentes de catástrofes naturais, incluindo aquelas não cobertas por seguro, foram de US$ 270 bilhões em 2022. Isso caiu de cerca de US$ 320 bilhões em 2021 e a cifra está próxima da média dos último cinco anos.

Os Estados Unidos, mais uma vez, responderam por grande parte das perdas com o furacão Ian, que atingiu a Flórida em setembro, causando US$ 60 bilhões em danos segurados e US$ 100 bilhões em perdas totais.

As inundações na Austrália no início do ano e depois em outubro resultaram em US$ 4,7 bilhões em danos segurados e US$ 8,1 bilhões no total.

Chuvas recordes de monção e derretimento mais rápido das geleiras resultaram em inundações no Paquistão que mataram pelo menos 1.700 pessoas e causaram prejuízos de US$ 15 bilhões. A maior parte dos danos não foi coberta por seguros.

Cientistas afirmam que os eventos em 2022 foram exacerbados pelas mudanças climáticas e que há mais por vir e com mais intensidade, pois a atmosfera da Terra deve continuar a aquecer na próxima década e além.

As seguradoras, em alguns casos, aumentaram as taxas que cobram como resultado do aumento da probabilidade de desastres e, em alguns lugares, pararam de fornecer cobertura.

Publicidade

Últimas Notícias

Revista PIM Amazônia

Rolar para cima