Retomada do Projeto Multimodal Manta-Manaus e alinhada entre Suframa e Aleam

O projeto foi criado no primeiro governo do presidente Luiz Inácio da Silva e o assunto volta à tona, como prioridade do Parlamento Amazônico

PorIsaac Júnior/Suframa

O desenvolvimento de rota logística como alternativa à tradicional rota pelo Canal do Panamá, por meio do aproveitamento dos portos, rodovias e hidrovias, com vistas a facilitar os fluxos de comércio entre os países amazônicos, foi o assunto da reunião realizada na tarde desta sexta-feira (17) entre a Suframa e a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), por meio do Gabinete do deputado Sinésio Campos (PT).

As informações foram alinhadas entre técnicos das duas instituições, com base no Projeto Multimodal Manta-Manaus, que tem como principal abrangência a relação comercial de forma legalizada entre Brasil, Equador e Peru, com a finalidade de aumentar e promover a atividade econômica, gerar emprego e renda nos municípios amazônicos, além de facilitar o acesso a produtos com preços mais atrativos para a população desses países.

O projeto foi criado no primeiro governo do presidente Luiz Inácio da Silva e o assunto volta à tona, como prioridade do Parlamento Amazônico – que reúne oito países com áreas na Amazônia: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – e tendo a Suframa como uma das interlocutoras no processo de discussão.

Com base nas informações repassadas pelo coordenador-geral de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, da Autarquia, Luiz Frederico Oliveira de Aguiar, o alinhamento das informações teve o objetivo de identificar as atividades e desafios para a retomada do projeto, paralisado desde 2019, e fazer com que a proposta seja acatada pelo governo federal.

Os dados coletados farão parte de uma audiência pública a ser realizada no próximo dia 10 de abril, na Aleam, com a participação de representantes da própria Suframa, Receita Federal, Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT), Ministério das Relações Exteriores, Ministério de Portos e Aeroportos (MPA) e Ministério da Agricultura, entre outros órgãos e instituições.

De acordo com o superintendente da Suframa, interino, Marcelo Pereira, uma das pospostas é melhorar as condições no porto de Tabatinga (a 1.107 quilômetros de Manaus), seja como ponto de parada, com o alfandegamento do local, seja como ponto de trânsito, ressaltando que o município é uma Área de Livre Comércio (ALC) de grande potencial, inclusive, para o abastecimento de Letícia e outras cidades da região.

“A reunião teve o caráter de identificar pontos importantes que serão levados para audiência pública, ampliar o debate e consequentemente, sensibilizar Brasília sobre a importância do projeto para a região. A Suframa entra na discussão por também fazer parte do processo e por realizar atividades relevantes no controle da entrada de mercadorias em áreas como Tabatinga, por exemplo”, justificou Marcelo Pereira.

Gargalos
O desenvolvimento de rota logística como alternativa à tradicional rota pelo Canal do Panamá também busca reduzir tempo, gerar melhorias na infraestrutura das localidades em questão e fomentar ações comerciais como rodadas de negócios, encontros e identificação de gargalos para melhoria da estrutura logística.

“O projeto também tenta promover a atividade econômica, gerando as condições para que o corredor se torne economicamente viável para as próximas etapas, que deverão incluir o acesso ao Pacífico (Manta) e, posteriormente, consolidá-la como rota completa”, destacou Frederico Aguiar.

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