Rio: ambientalistas fazem ato em defesa do Fundo Amazônia

Funcionários do BNDES, servidores federais da área ambiental e especialistas em meio ambiente fazem ato em defesa do Fundo Amazônia, no Rio de Janeiro.

Um ato contra mudanças no Fundo Amazônia reuniu dezenas de pessoas, no início da noite desta terça-feira (4), em frente à sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio. A manifestação teve a participação de funcionários do banco, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de ambientalistas, indígenas e apoiadores da causa ecológica.

Os participantes demonstraram temor de que eventuais mudanças na gestão do fundo, mantido principalmente com verbas da Alemanha e da Noruega, possam causar danos à imagem do Brasil e colocar em risco a continuidade da iniciativa.

O governo brasileiro, por meio do Ministério do Meio Ambiente (MMA), sinalizou o desejo de modificar tanto o corpo gerencial do fundo quanto a destinação das verbas, que poderiam, por exemplo, serem utilizadas na desapropriação de terras ocupadas por fazendeiros na Amazônia.

Um dos criadores do fundo, que começou em 2008, e ex-diretor-geral do Serviço Florestal, Tasso Azevedo, ressaltou a preocupação dos ambientalistas com as mudanças propostas pelo governo e até com a imagem do país no exterior, pois o fundo foi criado para ajudar a reduzir o desmatamento.

“O Fundo Amazônia, a gente desenhou e criou com objetivo de, baseado nos resultados que o Brasil obteve, de reduzir o desmatamento, receber contribuições de parceiros internacionais, com doações, baseadas no resultado que a gente obtém. Cada vez que a gente reduz o desmatamento, a gente reduz uma quantidade de gases de efeito estufa, de carbono, na atmosfera. Por cada tonelada de carbono que a gente reduz, por ter menos desmatamento e queimadas, a gente pode receber US$ 5 de contribuição para o fundo. E foram muitos milhões de toneladas que deixaram de ser emitidas quando o Brasil reduziu o desmatamento”, disse.

Segundo Azevedo, as contribuições de países, especialmente Noruega e Alemanha, tornaram o Fundo Amazônia o maior em conservação florestal do mundo, todo baseado em resultados. “Os doadores não dão palpite, mas temos que seguir as regras que foram acordadas quando foi feito o contrato. Essas regras têm de essencial que o BNDES é o gestor do fundo e é quem aprova os projetos. Outra coisa é que o fundo tem um comitê orientador formado pelo governo federal, pelos governos estaduais e pela sociedade civil. E esta comissão não pode ser alterada sem que isso impacte o contrato com os doadores”, disse Tasso.

Procurado por meio de sua assessoria, o Ministério do Meio Ambiente não se pronunciou até o fechamento desta matéria. 

*Informações Agência Brasil de Notícias
Foto: Divulgação

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