Da redação com informações do site G1
Após atingir a pior seca em 121 anos, o Rio Negro voltou a subir em Manaus. Na sexta-feira, 27, a cota tinha se estabilizado na capital pela primeira vez, após 131 dias seguidos de descida das águas. O primeiro registro da elevação das águas foi no sábado, 28, continuando a subir no domingo, 29, e nesta segunda-feira, 30. No sábado e no domingo, o Rio Negro subiu 5 centímetros por dia. Nesta segunda-feira, subiu mais 7 centímetros.
De acordo com os dados do Porto de Manaus, responsável pela medição diária do Rio Negro, no Centro de Manaus, nesta segunda-feira, com a retomada da subida das águas, a cota está 12,87 metros. Segundo o Porto de Manaus, neste ano, as águas começaram a baixar na capital no dia 17 de junho. Foram 131 dias seguidos de descida.
Nesse intervalo, o Rio Negro registrou a pior seca em 121 anos de medição, no dia 16 deste mês de outubro, ao atingir 13,59 metros em Manaus. Até então, a maior vazante tinha sido registrada em 2010, quando o rio baixou para 13,63 metros.
Em 2023, o Rio Negro levou mais tempo para atingir estabilidade. “Em 2010, ano da última vazante histórica, o rio começou a descer em 13 de junho e seguiu descendo até o dia 24 de outubro, um total de 133 dias seguidos de queda”, ressaltou a administração do Porto de Manaus ao G1.
A seca severa fez o Rio Negro bater um outro um recorde no dia 22 deste mês: pela primeira vez, em 121 anos de medição, a cota ficou abaixo dos 13 metros. Para se ter ideia, quando está cheio e preenchendo a orla do Porto de Manaus, o Rio Negro chega a atingir uma cota que varia entre 27 metros e 29 metros.
As análises do Serviço Geológico Brasileiro indicam que a atual elevação do Rio Negro pode sugerir o término da vazante na região. No entanto, a estabilidade futura dependerá da continuidade das elevações nos rios Alto Solimões e Alto Rio Negro, além do retorno das chuvas na bacia como um todo.
Boletim da estiagem – Conforme a última atualização do Boletim Estiagem 2023, divulgado neste domingo, 29, a seca impactou severamente todos os municípios do Amazonas. De 62 municípios, 60 estão em estado de emergência e 2 em estado de alerta, sendo esses últimos os municípios de Presidente Figueiredo e Apuí, os únicos que durante os últimos meses vinham se mantendo dentro da normalidade. Ao todo, 154 mil famílias, ou 618 mil pessoas, já foram afetadas pela estiagem no Estado.
A seca extrema no estado tem afetado principalmente os moradores de zonas rurais e comunidades ribeirinhas, comprometendo a pesca, a navegação, a comercialização e isolando comunidades pesqueiras no Estado. Com isso, várias medidas foram tomadas para auxiliar os mais afetados.