A Rússia “não aceitará” um teto de preço para seu petróleo e está analisando como responder, disse o Kremlin em comentários divulgados no sábado (3), em resposta a um acordo das potências ocidentais que visa limitar uma fonte importante de financiamento para sua guerra na Ucrânia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Moscou fez preparativos para o anúncio do teto de preços na última sexta-feira (2) pelas nações do Grupo dos Sete (G7), União Europeia e Austrália, informou a agência de notícias estatal russa TASS.
“Não aceitaremos esse limite”, disse ele, segundo a agência de notícias RIA. Ele acrescentou que a Rússia conduziria uma análise rápida do acordo e responderia depois disso, informou a RIA.
A Rússia disse repetidamente que não fornecerá petróleo a países que implementem o limite — uma posição reafirmada por Mikhail Ulyanov, embaixador de Moscou em organizações internacionais em Viena, em postagens nas redes sociais no sábado.
“A partir deste ano, a Europa viverá sem petróleo russo”.
O teto de preço do G7 permitirá que países não pertencentes à UE continuem importando petróleo bruto russo por via marítima, mas proibirá empresas de transporte, seguros e resseguros de manusear cargas de petróleo russo em todo o mundo, a menos que seja vendido por menos de US$ 60. Isso pode complicar o embarque de petróleo russo com preço acima do teto, mesmo para países que não fazem parte do acordo.
O petróleo bruto russo dos Urais foi negociado a cerca de US$ 67 o barril na sexta-feira.
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que o limite beneficiará particularmente os países de baixa e média renda que sofreram o peso dos altos preços de energia e alimentos.
“Com a economia da Rússia já se contraindo e seu orçamento cada vez mais apertado, o teto de preço reduzirá imediatamente a fonte de receita mais importante do (presidente Vladimir) Putin”, disse Yellen em um comunicado.
Em comentários publicados no Telegram, a embaixada da Rússia nos Estados Unidos criticou o que chamou de movimento ocidental “perigoso” e disse que Moscou continuará a encontrar compradores para seu petróleo.
“Medidas como essas resultarão inevitavelmente em incerteza crescente e impondo custos mais altos para os consumidores de matérias-primas”, afirmou.
“Independentemente dos flertes atuais com o instrumento perigoso e ilegítimo, estamos confiantes de que o petróleo russo continuará sendo procurado”.
Fonte: Reuters