Servidor da Funai é baleado na TI Apyterewa, no Pará

Equipes em diligência para desintrusão do território foram surpreendidas por uma emboscada e houve troca de tiros no local
Marcas de tiros na viatura da PRF. Foto: Funai

Da Redação, com informações da Agência Brasil

Um servidor da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) foi atingido no tornozelo por um disparo de arma de fogo, após as equipes do órgão e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) terem sido vítimas de uma emboscada na noite de segunda-feira, 4.

As equipes atuavam em diligências para a retirada de invasores da Terra Indígena Apyterewa, no Pará, quando as viaturas em que estavam foram alvo de disparos em três pontos. Dois veículos foram atingidos.

Os agentes da PRF responderam aos disparos, de acordo com informações dos órgãos federais, e na troca de tiros o servidor da Funai foi atingido. Ele foi encaminhado em aeronave da polícia para Marabá (PA), onde passará por uma cirurgia para remoção da bala.

Uma das viaturas da Funai teve os pneus perfurados e os agentes precisaram aguardar na mata até serem resgatadas à noite.

De acordo com o órgão, as equipes de segurança que trabalham na desintrusão têm enfrentado emboscadas e sabotagens recorrentes por parte dos invasores. No mês passado, equipes da Funai e do Ministério do Trabalho já tinham sido alvo de disparos, sem feridos.

Ainda segundo a Funai, mais de 20 pontes foram destruídas em atos de sabotagem contra o plano de desintrusão da TI Apyterewa, elaborado após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que homologou o planejamento das ações.

Na semana passada, o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, determinou que o plano seja cumprido. A nova ordem foi proferida um dia depois de o ministro Nunes Marques, do STF, ter concedido um pedido de suspensão da ações de desintrusão.

Em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que participa da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), falou à repórter Fábia Sepêda, da TV Liberal, afiliada da Globo, no Pará, sobre a emboscada. “Nossa equipe segue lá. O que estamos fazendo é combatendo uma atividade ilegal, precisamos retirar os invasores ilegais, porque os territórios indígenas são usufruto exclusivo dos indígenas conforme a constituição federal”, disse a ministra.

Entenda – A operação, que entrou na segunda fase a partir do dia 9 de novembro, consiste na retirada de pessoas que estão irregularmente dentro dos territórios tradicionais, assim como combater atividades ilegais, entre elas extração de madeira e garimpo. Estima-se que mais de 3 mil invasores estejam na região.

Na primeira fase da operação, as equipes técnicas apreenderam 230 litros de agrotóxicos; 14 armas de fogo com porte irregular e 278 munições; 64 m³ de madeira; 70 gramas de maconha e retiraram 80% do gado ilegal, informam boletins divulgados pela Secretaria-Geral da Presidência. A operação tem apoio da Força Nacional.

Publicidade

Últimas Notícias

Noruega anuncia doação de US$ 60 milhões ao Fundo Amazônia

Em reconhecimento aos esforços do Brasil com a redução do desmatamento da Amazônia em 31%, em 2023, a Noruega fará a doação de US$ 60 milhões, cerca de R$ 348 milhões na cotação desta segunda-feira (18), para o Fundo Amazônia. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Jonas Gahr Støre, neste domingo (17), durante a Conferência

Leia mais »

Revista PIM Amazônia

Rolar para cima