Segmentos que apresentaram maior crescimento no 2º tri foram Hotelaria e Turismo, Alimentação – Food Service, Saúde, Beleza e Bem-Estar, Casa e Construção e Moda
O franchising brasileiro acelerou sua trajetória de recuperação no segundo trimestre deste ano frente a igual período de 2021. Com um faturamento 16,8% maior, o setor manteve sua resiliência frente um cenário com inflação mais elevada e incertezas macroeconômicas, ao mesmo tempo em que superou em 11,4% o faturamento nominal do 2º tri de 2019. É o que mostra a Pesquisa Trimestral de Desempenho do setor realizada pela ABF – Associação Brasileira de Franchising. Segundo o estudo, a receita passou de R$ 41,140 bilhões para R$ 48,052 bilhões nesse período. Quando observado o crescimento em relação ao segundo tri de 2020 – marcado pelo início da pandemia – o índice chega a 73,3%.
Além da recuperação da economia de forma geral, a elevação está associada ao maior fluxo de consumidores nas lojas físicas (inclusive em shoppings centers e outros centros comerciais), a retomada mais disseminada de hábitos presenciais e eventos sociais e corporativos e uma grande demanda reprimida em áreas como alimentação e turismo, sendo que o delivery e o e-commerce mantiveram níveis consideráveis. A retomada de serviços e a melhoria da taxa de emprego são outros fatores importantes.
No semestre, a alta no faturamento foi de 12,9% na comparação com os primeiros seis meses do ano passado, saltando de R$ 81,021 bilhões para R$ 91,432 bilhões. Observando-se os primeiros semestres de 2020 e de 2022, a receita cresceu 32,0%, e em relação ao mesmo período de 2019, o faturamento aumentou 8,1%.
A pesquisa da ABF apontou também que a receita no período acumulado de 12 meses avançou 9,2%, de R$ 178,950 bilhões para R$ 195,450 bilhões. Entre os meses de abril a junho de 2020 e deste ano, a variação positiva foi de 14%, e em referência a igual período de 2019, pré-pandemia, o crescimento do setor foi de 8,6%.
A inflação de 5,9% no primeiro semestre (IBGE) também concorreu para estes resultados, porém o setor não vem fazendo o repasse integral e tem buscado formas de mitigar pelo menos em parte seus reflexos, como renegociação ou troca de fornecedores, alteração de mix de produtos, adoção de novas tecnologias, revisão de processos e uma crescente digitalização.
Para André Friedheim, presidente da ABF, “esses dados positivos reforçam a resiliência e a maturidade do setor de franquias brasileiro, que mesmo ainda enfrentando os impactos da pandemia e novos desafios, segue resistindo e, com muito esforço, avança em sua recuperação. O forte retorno presencial apoiado pela vacinação e a demanda reprimida foram alavancas importantes, mas o franchising está fazendo sua parte para que o crescimento seja sustentável e consistente”.
O presidente da ABF ressalta ainda que “assim como os demais importantes setores da economia brasileira, precisamos que sejam mantidas ou ampliadas as medidas de apoio e financiamento das micro e pequenas empresas, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte (PRONAMPE). Estamos também lutando nesse momento para que o PERSE beneficie o segmento de Alimentação, um dos mais impactados no período mais crítico da Covid-19”.
Empregos
De acordo com a pesquisa, o setor de franquias no Brasil totalizou aproximadamente 1.453.852 pessoas empregadas diretamente neste segundo trimestre, ante 1.292.034 no mesmo período do ano anterior, o que equivale a uma alta de 12,5% no número de empregos diretos gerados pelo franchising nos meses analisados. “O franchising é de fato um setor que tradicionalmente é a porta de entrada não só para os empreendedores, como também para os jovens no primeito emprego e diante do aumento das vendas, mesmo que gradual, observado no segundo trimestre, os empresários do setor avançaram em contratações”, declara o presidente da ABF.
Em relação à abertura de unidades de franquias no período pesquisado, o índice foi de 3,7%, ante 3,9% no segundo tri do ano passado. Foram encerradas 1,8% das operações contra 1,7% em igual período, resultando num saldo positivo de 1,9%. O índice de repasses também manteve-se estável, ficando em 0,9% neste segundo tri frente a 0,8% de abril a maio do ano passado.
Todos os segmentos crescem
De acordo com a pesquisa da ABF, nesse segundo trimestre do ano todos os 11 segmentos do setor apresentaram crescimento. A maior variação positiva no faturamento foi constatada em Hotelaria e Turismo, com 25,4% de alta. Como demonstrado no primeiro trimestre, o segmento manteve o ritmo de recuperação graças, principalmente, ao arrefecimento da pandemia e à retomada das viagens e eventos.
Alimentação – Foodservice vem em seguida, com receita 22,3% maior frente a igual período do ano passado, beneficiando-se também do maior fluxo de consumidores em ambientes físicos, assim como da Páscoa e do Dia das Mães, que tradicionalmente aquecem as vendas, além da manutenção do delivery em níveis elevados. Saúde, Beleza e Bem-Estar registrou o terceiro melhor desempenho, favorecido também pela alta demanda por serviços e a volta dos eventos sociais. Destacaram-se, ainda, Casa e Construção (17,4%) e Moda (15,8%).
O desempenho dos segmentos no acumulado de 12 meses também foi positivo para todos os segmentos, com destaque novamente para a liderança de Hotelaria e Turismo (22,4%), em seguida vem Saúde, Beleza e Bem-Estar (10,9%) e Casa e Construção (10,5%).
Com referência ao desempenho dos segmentos no semestre, Saúde, Beleza e Bem-Estar lidera (16,9%), sendo acompanhado por Alimentação – Foodservice (16,0%), Hotelaria e Turismo (15,9%), Moda (14,7%) e Casa e Construção (13,2%).
Faturamento e unidades de franquias por região
O estudo da ABF apurou, ainda, a distribuição do faturamento e das unidades de franquias por região. Observou-se uma leve alta da receita no Sudeste, passando de 52,57% para 52,90% do primeiro semestre do ano passado para este ano. O mesmo movimento ocorreu quanto ao número de unidades, que avançou de 52,65% para 54,39% na Região.
A ABF associa esse movimento a duas questões principais: o desenvolvimento de novas franquias, cuja expansão inicial tende a concentrar-se na região Sudeste, maior mercado consumidor do País, e empreendedores aproveitando para ocupar pontos comerciais vagos durante a pandemia.
Projeções
Em virtude do desempenho do setor entre abril e junho e das perspectivas para o segundo semestre, a Associação Brasileira de Franchising revisou para cima a projeção para 2022 do faturamento, de 9% para 12%, e de unidades, de 7% para 8%. Já o crescimento do número de redes, previsto em 5%, e de empregos, no mesmo percentual, foram mantidos.
“O segundo semestre do ano é tradicionalmente melhor, considerando datas como o Dia dos Pais, que há projeções de uma alta das vendas, a Black Friday e o Natal, e observo também que há um otimismo maior por parte dos empresários. A expectativa é que o setor de franquias brasileiro ultrapasse a barreira de 200 bilhões de reais em faturamento neste ano”, afirma André Friedheim.
Um bom termometro para essa perspectiva será a Expo Franchising ABF Rio 2022, que será realizada de 15 a 17 de setembro. Em sua 15ª edição, a feira, uma das maiores da América Latina, reunirá em mais de 2 mil m² do Expo Mag (região central do Rio de Janeiro), cerca de 200 marcas expositoras, dos mais diversos segmentos.
Além disso, o evento focado também em conteúdo e inovação, oferecerá ao público uma série de palestras gratuitas com alguns dos principais líderes e profissionais do setor no Fórum de Franchising, e envolve, ainda, a Arena Figital. Os ingressos já estão à venda online, com desconto, pelo link do evento. O primeiro lote sairá a partir de R$ 37 (valor individual) ou R$74 (para os três dias de evento).
Metodologia
A Pesquisa de Desempenho Trimestral referente ao período de abril a junho de 2022 envolveu uma base amostral com 291 redes respondentes que representam cerca 31% das operações e 32% do faturamento do setor. Abrangendo o mercado como um todo, inclusive não associados, os números do desempenho do setor de franchising são apurados em pesquisa por amostragem, cruzados com levantamentos feitos por entidades representantes de setores correlatos ao sistema de franquias, órgãos de governo, instituições parceiras e de ensino.
Auditados por empresa independente, os dados divulgados pela ABF são referência para órgãos governamentais de diversas esferas, entidades internacionais do franchising, como World Franchise Council (WFC), Federação Ibero-americana de Franquias (FIAF) e instituições financeiras.
Sobre a ABF
A ABF – Associação Brasileira de Franchising é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1987, que representa oficialmente o sistema de franquias brasileiro. O setor registra um faturamento anual superior a R$ 185,068 bilhões em 2021, mais de 170 mil unidades e cerca de 2.800 marcas de franquias espalhadas por todo o Brasil. Além disso, o franchising brasileiro responde por aproximadamente 2,7% do PIB e emprega diretamente mais de 1,4 milhão de trabalhadores.
Atualmente com mais de 1.500 associados e cobrindo todo o território nacional por meio da seccional Rio de Janeiro e de regionais (Centro-Oeste, Interior de São Paulo, Minas Gerais, Nordeste e Sul), a entidade reúne franqueadores, franqueados, advogados, consultores e demais fornecedores e stakeholders do setor. O propósito da ABF é fomentar o franchising brasileiro, nacional e internacionalmente, para que ele se mantenha próspero, sustentável, inovador, inclusivo e ético. A Associação dedica-se a aperfeiçoar o sistema de franquias brasileiro por meio da capacitação de pessoas em diversos cursos presenciais e on-line, do estímulo à inovação, da disseminação das melhores práticas, da representação junto às diversas instâncias públicas e divulgação dos resultados do setor.
Fonte: DFREIRE Comunicação e Negócios