Simplificação tributária vai reduzir R$ 152 bi por ano em custo com manipulação de documentos

Projeto que substitui nove formulários por um aguarda votação no Senado

Enquanto se discutem as propostas de uma nova reforma tributária, com a unificação de impostos e novas alíquotas, diferentes setores se unem para acelerar a aprovação do projeto de simplificação tributária, que aguarda votação no Senado. Como já passou pela Câmara dos Deputados, se aprovado, a proposta segue para sanção presidencial.

O tema foi tratado no painel de encerramento da Autocom 2023. Segundo o autor do projeto, senador Efraim Filho (União-PB), a proposta aproveita as novas tecnologias e substitui nove formulários por um; cria a Nota Fiscal Brasil Eletrônica e padroniza procedimentos.

“Ela não trata da questão das alíquotas, que é a que causa mais confusão na discussão entre os Estados e entre os setores. A gente abre mão dessa discussão problemática para focar naquilo que une a todos, que é a simplificação e a desburocratização. E é por isso que esse projeto de lei é de ganha-ganha”, diz.

Segundo um estudo feito pela Afrac (Associação Brasileira de Tecnologia para o Comércio e Serviços), os gastos com as obrigações acessórias, que incluem emissão e checagem de notas fiscais, chegam a R$ 152 bilhões por ano.

“O Brasil precisa fazer alguma coisa no sentido de melhorar o ambiente de negócio. Mas a reforma tributária é tão complexa que não existem condições de que ela seja feita muito rapidamente. Esse projeto injeta inteligência no sistema e não ‘pisa no pé de ninguém’. Então, é o que tem chance de sair agora para melhorar o Brasil no primeiro semestre”, afirma Paulo Eduardo Guimarães (Peguim), presidente da Afrac.

Visão ideal

Para Marcos Gouvêa, o fundador e CEO da Gouvêa Ecosystem e publisher da Mercado&Consumo, a perspectiva de ter a simplificação tributária desatrelada da reforma é a visão ideal para todos os setores, em particular para o varejo. “A questão das alíquotas cria uma complexidade e uma preocupação crescente de que essa reforma não avance na velocidade ideal. A convergência absoluta é sobre a simplificação”, afirma.

Voltado principalmente por empreendedores, o setor de alimentação fora do lar sofre muito com a burocracia e limita a expansão. “Nós não podemos deixar de melhorar o ambiente de negócios. É disso que nós necessitamos, de um ambiente mais fácil, mais prático e que traga solução, que descomplique a vida do empreendedor para que ele fique focado nas questões do negócio, em melhorias e inovação”, afirma Fernando de Paula, presidente da ANR (Associação Nacional de Restaurantes).

“Acho que o momento sempre será [ideal]. Nós não podemos deixar de melhorar o ambiente de negócios. É disso que nós necessitamos, de um ambiente mais fácil, mais prático e que traga solução, que descomplique a vida do empreendedor para que ele fique focado nas questões do negócio, em melhorias e inovação.”

Para Valdeni Rodrigues, CEO da TecToy, a simplificação tributária é o primeiro passo para que a indústria possa voltar com ofertas melhores. “Olhando para o futuro, a gente não pode tirar o pé do acelerador. Precisamos de outras reformas para voltar em dar emprego em massa e gerar renda para as pessoas comprarem o que quiserem”, afirma.

O senador Ifraim destacou que a simplificação tributária traz uma relação de ganha-ganha e vai ajudar, inclusive, na arrecadação. “Ela é boa para quem produz, para o consumidor e até para o governo. Porque mesmo que ele não mexa com as alíquotas e com a formalização, ele mexe com a simplificação, e a tendência é de que se aumente a base de arrecadação sem precisar aumentar impostos.”

Fonte: Mercado&Consumo, colaborou Aiana Freitas

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