Após melhoras em 2017, a taxa de desocupação voltou a crescer no trimestre integrado por fevereiro, março e abril de 2018, chegando a 12,9% na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal divulgada hoje pelo IBGE. O resultado foi puxado pelo corte de vagas no comércio, que teve diminuição de 439 mil pessoas (-2,5%) na população ocupada em relação ao trimestre encerrado em janeiro.
Na mesma comparação, a população ocupada teve redução de 969 mil pessoas (-1,1%), sendo a queda mais expressiva entre os empregados com carteira assinada, com a saída de 567 mil trabalhadores (-1,7%) do grupo. O quadro negativo acarretou um aumento na taxa de desocupação, que foi de 12,2% entre novembro e janeiro para 12,9% no trimestre fechado em abril.
“A taxa de desocupação cresceu substancialmente porque aumentou a população desocupada e continuou a queda da população ocupada. Isso acontece pelas perdas na construção e no comércio, além dos serviços domésticos. São três grupamentos com queda significativa. Perdemos quase um milhão de ocupados no trimestre terminado em abril na comparação com o encerrado em janeiro”, ressaltou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo. “Outros grupamentos também tiveram tendência de queda, como a indústria e agricultura”, completou.
Em relação ao ano passado, entretanto, o saldo ainda é positivo no mercado de trabalho. A taxa de desocupação ainda ficou abaixo dos 13,6% registrados no trimestre fechado em abril de 2017.
“No geral, o quadro é mais favorável no longo prazo, mas no período mais curto é mais complicado. Temos que levar em consideração que 2017 é uma base fraca de comparação. No curto prazo, a situação se inverte e vemos uma situação precarizada do mercado de trabalho, inclusive com diminuição nos empregos formais”, destacou Cimar.
“Essa recuperação do ano passado está se desfazendo ao longo desse ano. Estamos no positivo no longo prazo, mas a melhoria está se desfazendo, inclusive com aumento da população fora da força de trabalho em 2018”, encerrou.