“São emoções e lembranças que ficam guardadas para sempre”. É assim que a analista Luciana Sousa, de 35 anos, define as vivências no Programa de Voluntariado da Mineração Rio do Norte (MRN). A profissional chegou a Porto Trombetas, no oeste do Pará, há um ano e, com apenas três meses de trabalho na empresa, entrou para o grupo.
“Foi algo que atraiu meu coração e o meu olhar porque é uma ação que está de acordo com o meu propósito de vida”, relembra.
O Programa de Voluntariado tem o objetivo de estimular a conexão entre pessoas e a experiência de viver na Amazônia, por meio do encontro entre profissionais e comunidades tradicionais, proporcionando aprendizado mútuo e a construção de um legado compartilhado.
Dividido em 13 iniciativas, o programa conta com a participação de 50 empregados, de diferentes áreas, incluindo efetivo próprio e terceirizado, que se envolvem na construção de cada uma das etapas dos projetos.
Fernanda Mario, analista e coordenadora do Programa de Voluntariado, destaca o Projeto Semeando Saber como um caso de sucesso da iniciativa.
“Esse projeto proporciona o contato inicial com a língua inglesa para crianças na faixa etária entre 5 e 11 anos do território quilombola Boa Vista. De forma lúdica e com metodologia adaptada para o universo infantil, os voluntários facilitam a familiarização com o novo idioma e, por meio de música, dança e muitas brincadeiras, as crianças estão chegando mais preparadas para as séries que possuem o idioma em sua grade curricular”, explica.
Luciana participa de todas as ações e tem um carinho especial pelo Semeando Saber.
“Sou apenas a auxiliar da turma, mas a troca de conhecimento e energia com as crianças, cada abraço e ver a evolução deles, é impactante. É troca, não tem como você participar de um projeto desse e não impactar sua vida. Manter o contato com as comunidades e poder contribuir de alguma forma, são experiências essenciais tanto para mim quanto para minha família”, afirma.
Ações e envolvimento
Outras iniciativas que Fernanda Mario destaca são a Feira de Artesanato de Porto Trombetas e o Casamento Comunitário. A primeira, realizada em setembro, reuniu comunidades quilombolas e os moradores de Porto Trombetas em evento que valorizou trabalhos manuais, gastronomia e apresentações culturais. Já a segunda, realizada em novembro, celebrou e oficializou, perante o Estado, a união de 12 casais de comunidades vizinhas.
“A feira visava trazer visibilidade às criações de artesãos locais, bem como possibilitar novas fontes de renda, por meio do fortalecimento de relacionamentos; o casamento teve intuito de legitimar os vínculos afetivos dos casais e famílias, garantindo direitos aos companheiros que por vezes são protelados por ausência de recursos. Dois exemplos de como a jornada dos voluntários cruza com a vida dos comunitários fazendo deste um encontro que marca a vida de ambos”, comenta.
E foi esse envolvimento que possibilitou a comunitária Deni Mara Pereira a conquistar a tão sonhada oficialização dos 20 anos de união ao lado do marido Reginaldo Cordeiro.
“Foi uma experiência incrível. Nosso casal de filhos sempre cobrava essa questão de não sermos casados, mas hoje posso falar perante a sociedade e a lei que sou uma mulher casada, que tenho meus direitos”, celebra.
Uma alegria também compartilhada pela assistente administrativa Mailce Santos. Há quatro anos vivendo ao lado do marido Levi Matos, ela conta que o interesse sempre partiu dele.
“Primeiro foi uma escolha do Levi, mas sempre adiamos. Com o nascimento da nossa filha, decidimos que era o melhor momento e a partir daí começamos uma nova etapa em nossa vida. Foi muito bom confirmar perante Deus o que já vivíamos”, comemora.
Desenvolvimento pessoal
Aos 43 anos de idade, o instrutor de equipamentos, Enedino Leão já soma 15 anos de atuação na empresa e, para acompanhar as constantes mudanças do mercado, começou a estudar inglês. No programa de voluntariado, conta que além de partilhar conhecimentos com as crianças atendidas no projeto Semeando Saber, se aprimora ao mesmo tempo.
“É muito legal participar do dia a dia deles, das famílias, porque muitos acompanham os filhos. Essa jornada de voluntário, muito me soma porque me motiva a permanecer estudando, então cada vez que participamos com os estudantes é uma força a mais e, algo que tenho transmitido até para minha família, o quão importante é ser voluntário”.
Almer Moreira, gerente de recursos humanos da MRN, aponta que a participação em iniciativas voluntárias no meio corporativo está intimamente conectada ao desenvolvimento pessoal e profissional.
Segundo o gestor, a conexão entre pessoas, comunidades e meio ambiente é profundamente estimulada: operamos no coração da Amazônia e essa é uma experiência única que desperta nas pessoas a vontade de compartilhar e deixar um legado em sua passagem.
“O Programa de Voluntariado corporativo se faz importante porque contribui para estimular o respeito às pessoas e à natureza, valor fundamental para MRN, fortalecer o diálogo com as comunidades e as estratégias e posicionamentos de responsabilidade social da empresa, além de promover a inclusão social”, elenca.
Fonte: Temple Comunicação